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Estimando a idade de fósseis

Quem já conhece o blog, deve ter encontrado uma série de postagens sobre paleontologia. Para quem não sabe, o biólogo pode ser um paleontólogo também. O estudo dos fósseis tem tudo a ver com a biologia. O biólogo tem uma compreensão muito ampla dos aspectos fundamentais de toda a biodiversidade no planeta: nós temos conhecimento sobre evolução, fisiologia e morfologia animal, genética, variabilidade e adaptação, filogenética e várias outras áreas biológicas que possibilitam um amplo conhecimento sobre organismos já extintos. Hoje, falarei aqui sobre três técnicas importantes na estimativa da idade de fósseis.
 
DATAÇÃO RELATIVA
O desafio dos paleontólogos e geógrafos é encontrar métodos eficazes de determinar idade de uma rocha ou fóssil – saber há quanto tempo eles foram formados. Um dos primeiros métodos bem sucedidos na determinação da idade de fósseis é o método que ficou conhecido como datação relativa.

Fóssil montado da mãe ‘Polycotylus latippinus’ com o filhote. Para chegar às descobertas feitas e à reconstituição, foi preciso uma investigação digna de Sherlock Holmes e muito trabalho braçal. (foto: LACM). Veja detalhes no Ciência Hoje.
Este método foi desenvolvido com base nas ideias do geólogo inglês William Smith (1769-1839) no século XIX. À partir do conhecimento de que rochas são formadas à partir do depósito de sedimentos no fundo dos oceanos, Smith concluiu que as camadas em posição mais inferior são por consequência mais antigas que as superiores. Com base em diversas técnicas foi possível então determinar a idade dos fósseis com base nessas camadas mais antigas. Além disso, Smith descobriu outra coisa muito importante: ele observou que certos fósseis possuem determinadas ‘marcas registradas’ com as características das camadas de rochas em que se encontravam. Conhecendo as características das rochas, esses fósseis foram chamados de fósseis-guias.
 
Com esse conhecimento sobre as rochas, Smith revolucionou várias áreas da geologia e paleontologia, de tal forma que diversas rochas do mundo todo podiam ser comparadas entre si com base nos fósseis-guias que possuíam.
 
DATAÇÃO RADIOMÉTRICA OU ABSOLUTA
Esse método tornou a datação dos fósseis mais precisa por volta de 1950 com base na análise de elementos radioativos presentes nos fósseis. Esse método foi tão bem aceito pela comunidade científica que tornou-se um método de datação absoluta.
 
Esse tipo de datação se baseia no fato de que os elementos radioativos se modificam ao longo do tempo e originam novos compostos químicos que varia em função do tempo. Assim, conhecendo como determinado elemento radioativo varia no tempo, podemos determinar a quantidade deste que desintegrou de uma rocha ou fóssil, e podemos então determinar a idade dos mesmos.
 
Isso é possível porque os diversos elementos químicos apresentam isótopos radioativos. Temos, no átomo de Carbono (C) o seu isótopo carbono 12 (12C) com 6 prótons e 6 nêutrons no núcleo, totalizando o seu número de massa, que é igual a 12. Os isótopos radioativos são instáveis, eles emitem uma série de radiações
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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