Myrmecophaga tridactyla
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla Linnaeus 1758) é uma espécie que vem sofrendo grandes ameaças em toda sua área de distribuição. Este fato tem sido identificado pela extinção local e pela diminuição de populações ainda existentes, principalmente devido à destruição ou degradação de seu hábitat, provável modificação de comunidades de formigas e cupins (que compreendem sua principal fonte
de alimento) e caça (MEDRI; MOURÃO, 2005). A distribuição desta espécie se estende do sul da Guatemala até o norte da Argentina, ocorrendo por todo o Brasil. No Paraná, sua distribuição compreende principalmente os Campos Naturais e Cerrado, havendo poucos relatos de sua ocorrência em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista.
Há registros de M. tridactyla no Parque Estadual de Vila Velha, RPPN Fazenda Monte Alegre, Parque Estadual do Cerrado e no Parque Nacional de Ilha Grande, estando desaparecida do primeiro (MIKICH; BÉNILS, 2004). Há também um registro indireto da espécie no Parque Nacional do Iguaçu, realizado por um dos autores (CÂNDIDO-JR. et al., 2003). Considerando a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, o tamanduá-bandeira é classificado como uma espécie quase ameaçada (NT) (IUCN,2006). Em nível nacional ele está classificado como vulnerável (VU) (IBAMA, 2003). No entanto, a situação em cada estado pode ser mais preocupante, pois em algumas regiões a espécie está provavelmente extinta, como no Rio de Janeiro. Em outras, como o Rio Grande do Sul e o Paraná, o M. tridactyla está criticamente em perigo (CR). Em São Paulo e Minas Gerais está classificado como em perigo (EN) (MIKICH; BÉNILS, 2004).
O Paraná sofreu grande exploração dos recursos naturais desde o início de sua colonização em função do grande valor econômico que tais recursos ofereciam. Esta exploração acarretou em uma drástica redução da cobertura vegetal original do estado, que compreende principalmente Mata Atlântica (KOCH; CORRÊA, 2002), mas que abriga também manchas naturais de campos, cerrados e outras áreas com vegetação aberta, onde o tamanduá é mais comumente encontrado. A redução e a degradação da cobertura vegetal, por sua vez, refletem sobre a fauna, pois acarreta na extinção ou ameaça de extinção de várias espécies de animais.
Um projeto muito importante para a preservação do Tamanduá-bandeira, é desenvolvido em São Paulo, se chama Projeto Tamanduá. Acesse e veja as pesquisas que são feitas com estes animais.