As ilhas, porções de terra menos extensas que os continentes e cercadas de águas por todos os lados, servem de palco para o espetáculo de intensas especiações por deriva genética. Em uma ilha pode ser encontrado um complexo de ecossistemas de pequena extensão espacial com número de códigos genéticos restrito, pois as trocas genéticas e ocorrência de colonização são potencialmente reduzidas. Esse isolamento favorece o processo de especiação.
A biogeografia de ilhas constitui-se em um ramo da ciência biogeográfica repleta de fortes emoções. Muitas das formas de vida mais espalhafatosas do mundo ocorremem ilhas. Encontram-se nelas gigantes, anões, exímios artistas da permutação e não-conformistas de todo tipo. Essas criaturas improváveis habitam as zonas mais isoladas e remotas do planeta e conferem uma definição biológica vivida a palavra exótico (QUAMMEN, 2008).
O número de espécies em uma ilha equilibra os processos regionais governando a imigração, enquanto que a extinção é governada pelos processos locais.
Um exemplo de extinção em massa é a da ilha Cracatoa, no qual um vulcão entrou em erupção e destruiu completamente a ilha, originando uma ilha ao lado. Mas como as espécies colonizaram novamente a ilha nova?
As chegadas de espécies podem ser ocasionais como os insetos voadores, sementes dispersas pelo vento, água marinha carregando sementes etc. As aves contribuem muito para a chegada de espécies, pois defecam e trazem consigo sementes de outras áreas. Jangadas naturais servem para translocar uma espécie até a ilha, como por exemplo uma árvore que cai no mar vinda de outra ilha distante, pode trazer consigo alguns animais que chegariam até a outra ilha.
Para uma ilha ser completamente habitável por várias espécies, ela tem também que ter água doce. A água doce só será disponibilizada quando toda a ilha estiver com a vegetação densa e uma grande capacidade de reter água das chuvas etc.
A diversidade de espécies na ilha nova só aumenta com a imigração de outras ilhas ou com as massas continentais. As ilhas possuem os animais dos continentes e esses animais que se estabelecem nas ilhas são menores, sendo assim a seleção natural trabalha a favor dos menores indivíduos. A capacidade suporte (área física e recursos) é pouca, por isso os menores animais são favorecidos.
As espécies são levadas até ilhas distantes através dos continentes, onde migram para ilhas vizinhas e em seguida conseguem chegar à ilha distante pelas correntes marinhas ou jangadas naturais, aves etc.
Quanto maior o número de espécies numa ilha, menor é a taxa de imigração. A ilha é colonizada pelo estabelecimento de vegetação e em seguida pelos animais vindos do continente. Quando todas as espécies continentais que puderem ocorrer na ilha estiverem presentes, a imigração será zero.
Áreas menores= riqueza menor, desde que estejam distantes do continente. Se uma ilha menor está próxima ao continente a riqueza será maior que a ilha distante que é grande. As espécies levarão maior tempo para colonizar a outra ilha distante.
Competição
Conforme o numero de espécies na ilha aumenta, a competição também aumenta e a taxa de extinção consequentemente também aumenta. Conforme maior competição local, maior será a substituição de espécies. A composição de espécies na ilha muda de acordo com a densidade da competição. Conforme a diversidade (riqueza e abundância) aumenta, a diversidade de habitat e abundância de recursos decresce.
O estado estacionário
A teoria do equilíbrio da biogeografia de ilhas contrapõe a imigração e extinção.
A extinção e imigração darão o equilíbrio nas espécies, onde quando maior a taxa de imigração menor o número de extinção e vice-versa.
Relação espécie – área
Ilhas pequenas sustentam riquezas menores que ilhas grandes, quando em clímax.
A riqueza aumenta com o tamanho da ilha e diminui quanto maior a distância do continente ou da fonte de colonização (que pode ser uma ilha vizinha de um continente).
Gráfico SS e Si – equilíbrio
A ilha menor atinge a capacidade suporte mais rápido porquê abrigará mais espécies que a ilha maior, pois a mesma não tem recursos suficientes para quantidades de espécies semelhantes a ilha maior.
Grau de isolamento
As ilhas mais próximas do continente tem mais espécies que as ilhas mais distantes.
O equilíbrio da diversidade chega primeiro na ilha que está mais próxima ao continente e depois na ilha mais longe.