Ao observarmos a natureza, a primeira coisa que podemos notar é o fato de que ela não é estática. A vida na terra fervilha ao longo do tempo e pode ser influenciada por diferentes fatores.
Áreas úmidas e pastagens, manchas de florestas e até mesmo paisagens complexas (que podem conter vários ecossistemas) evoluem constantemente em resposta a mudanças de temperatura, níveis de umidade, disponibilidade de luz, taxas de entrada e saída de nutrientes e atividades de plantas, animais e outras formas de vida.
A sucessão ecológica é o processo pelo qual a estrutura de uma comunidade biológica muda ao longo do tempo.
Na maioria dos ecossistemas, se a sucessão continuar sem um grande distúrbio (como uma inundação ou um incêndio ), a estrutura do ecossistema será composta de uma mistura de plantas e animais que maximizam os recursos que o ambiente pode oferecer, como umidade e nutrientes. Quando a comunidade biológica em um dado ambiente se torna relativamente estável, os ecólogos chamam esse conjunto de seres vivos de uma comunidade clímax.
A sucessão primária é o processo no qual plantas e animais colonizam primeiro um habitat estéril. Em uma ilha vulcânica recém-criada, por exemplo, depois que a rocha esfria, as sementes sopradas pelo vento podem se alojar em fendas. Lá elas podem germinar e criar raízes. Muitas vezes, essas primeiras plantas colonizadoras são espécies daninhas, como gramíneas de rápido crescimento, que não crescem muito, mas se reproduzem rapidamente. Depois que essas plantas germinam e crescem, elas morrem e se decompõem, e seus restos oferecem nutrientes dos quais outras plantas, assim como fungos, podem utilizar para crescer no local. Com o tempo, à medida que a vegetação cobre cada vez mais a ilha, chegam sementes de outras plantas (possivelmente transportadas por pássaros que começam a usar a ilha como escala durante a migração). À medida que a comunidade de plantas se desenvolve, espécies mais resistentes e de crescimento mais alto começam a sombrear os primeiros colonizadores e eventualmente dominam. Mais plantas e animais chegam (alguns animais podem chegar flutuando em troncos ou voando de ilhas próximas ou do continente), e o ecossistema muda a cada nova chegada. Ao longo de várias décadas, à medida que populações de diferentes espécies se estabelecem, a estrutura do ecossistema se torna mais estável.
A sucessão secundária difere da sucessão primária na medida em que começa após uma perturbação maior – como uma inundação devastadora, incêndios florestais, deslizamentos de terra, fluxo de lava ou atividade humana (agricultura, construção de estradas ou edifícios, etc.) – que removem parte de uma paisagem.
Os estágios de sucessão secundária são semelhantes aos da sucessão primária: insetos e plantas daninhas (frequentemente dos ecossistemas circundantes) são frequentemente os primeiros a recolonizar a área perturbada, e essas espécies são substituídas por plantas e animais mais resistentes à medida que o tempo passa. Se esta paisagem permanecer intacta por tempo suficiente, a comunidade biológica em evolução pode mais uma vez atingir uma estrutura ecológica estável.
Embora os incêndios florestais e outros distúrbios possam certamente trazer ruína a uma paisagem, o solo freqüentemente retém um banco de sementes que podem brotar logo após os efeitos da perturbação passarem, de forma que os ecossistemas dentro da paisagem possam se recuperar através da sucessão secundária.
Às vezes, no entanto, distúrbios catastróficos, como erupções vulcânicas maciças ou o avanço de glaciares, efetivamente eliminam toda a atividade biológica em uma paisagem. Nestes casos, quaisquer sementes que sobrevivam à perturbação são cobertas com grandes quantidades de cinzas, rochas ou gelo, o que as isola do futuro desenvolvimento da paisagem. Consequentemente, a paisagem pode retornar à vida apenas através da sucessão primária.
Fonte: Encyclopedia Britannica.
