Segundo uma nova pesquisa, as mudanças físicas extremas que vêm durante a gravidez não “prejudicam” somente os seres humanos, mas outros animais também. Os golfinhos engordam tanto quando engravidam que o “arrasto aumentado” de seu corpo os fazem nadar de forma mais lenta.
“O desempenho do nado piora também”, disse a pesquisadora Shawn Noren, da Universidade da Califórnia.
É possível que um esforço extra para nadar rápido tenha um impacto sobre a sobrevivência da espécie.
Se as fêmeas grávidas não conseguem escapar de predadores ou manter-se com seu grupo quando perseguidas por pescadores de atum, isso poderia explicar por que a população de golfinhos não está se recuperando tão rápido quanto o esperado (grupos de golfinhos e grupos de atum tendem a viver em proximidade, por isso os pescadores de atum perseguem os golfinhos para chegar ao atum que normalmente vive abaixo deles).
Noren filmou duas fêmeas grávidas no Havaí. Elas estavam quase dando a luz. A pesquisadora comparou esses vídeos com um vídeo feito dois anos após a gravidez e descobriu que, não só as fêmeas grávidas produziam mais arrasto enquanto nadavam na água, como sua técnica de natação também alterou.
Uma análise mostrou que, por ter uma maior área de superfície devido à sua barriga grávida, o que significa mais água para os golfinhos empurrarem para fora do seu caminho enquanto nadam, o arrasto em seus corpos aumentou cerca de 50% em comparação com quando não estavam grávidas. “Quando este animal não está esperando filhotes, pode nadar exatamente duas vezes mais rápido e ter o mesmo arrasto”, disse Noren.
Como o golfinho bebê fica perto da cauda da mamãe durante seu desenvolvimento, as mães também não tinham tanta flexibilidade. Elas não podiam virar suas caudas para cima e para baixo tanto quanto poderiam após o parto, o que elas compensavam levantando suas caudas com cerca de 14% mais frequência.
Essas mudanças podem explicar porque os golfinhos não estão se recuperando na taxa esperada. As mamães pesadas podem ter mais problemas em escapar (correr mais rápido) que predadores (ou pescadores de atum).
Noren observa que seus predadores naturais, que incluem tubarões e algumas baleias, podem chegar a velocidades mais rápidas do que estas golfinhos grávidas. Elas, os jovens e os doentes podem se perder de seu grupo.
Esse tipo de “fardo” está presente em todos os animais. Aves e animais terrestres (e até mesmo insetos) precisam lutar contra a gravidade para se manter em movimento, e à medida que ficam maiores, isso fica mais difícil. “Todo animal tem mostrado desempenho reduzido durante a gravidez, tornando-se bastante sedentário”, disse Noren. [LiveScience]
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