Os répteis surgiram há cerca de 180 milhões de anos e conseguiram dominar o planeta Terra por um longuíssimo período de tempo.
O que tínhamos antigamente eram tartarugas gigantes terrestres, sendo que algumas permaneceram vivendo em terra, enquanto outras evoluíram e foram capazes de ocupar ambientes de água doce ou marinhos. O fóssil da tartaruga-marinha mais antiga de que se tem registro tem pelo menos 110 milhões de anos e foi encontrado em Santana de Cariri, na Chapada de Araripe, no interior do Ceará.
Existiam apenas 4 famílias de tartarugas marinhas (Toxochelyidae, Protostegidae, Cheloniidae e Dermochelyidae), sendo que apenas as duas últimas existem até hoje.
Existem apenas 7 espécies de tartarugas-marinhas em todo o planeta.
A taxonomia atual reconhece 7 espécies: a cabeçuda (Caretta caretta), a verde (Chelonia midas), a kikila (Natador depressus), a de pente (Eretmochelys imbricata), a gigante (Dermochelys coriacea), a oliva (Lepdochelys olivacea) e a Ridley (Lepidochelys kempii).
Esses animais são conhecidos como quelônios e habitam hoje os ambientes terrestres (jabutis), dulcícolas (cágados, tigres d’água e tracajás) e os marinhos (tartarugas marinhas).
Para que esses animais conseguissem dominar e sobreviver durantes milhões de anos na Terra, diversas modificações morfológicas surgiram ao longo do processo evolutivo destes répteis, como a redução do número de vértebras, que se fundiram com as costelas formando a carapaça nos outros quelônios, enquanto nas tartarugas-marinhas, o casco se tornou mais achatado, ficando leve e ganhando mais hidrodinâmica.
Características gerais
As tartarugas-marinhas possuem a pele seca e coberta por placas de queratina. A temperatura do corpo acompanha a temperatura do ambiente, com exceção da Dermochelys coreacea, que é capaz de controlar parcialmente sua temperatura. A respiração é pulmonar, mas podem permanecer longos períodos (algumas horas) debaixo d’água.
Por terem uma alimentação muito variada, as tartarugas perderam os dentes e adquiriram um “bico“, isso é o que as diferenciam das tartarugas-marinhas primitivas.
Sua alimentação é diversificada, pois cada espécie tem características próprias. As tartarugas-verdes (Chelonia midas), quando filhote é onívora com tendências à carnivoria, tornando-se herbívora a partir do momento que atinge os 25–35 cm de casco, alimentando-se de mais especificamente de algas e monocotiledôneas marinhas. Já a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) alimenta-se principalmente de camarões, siris e caranguejos, além de moluscos, águas-vivas, hidrozoários e ovos de peixes. A tartaruga-oliva (Lepdochelys olivacea) é uma espécie carnívora, alimenta-se de salpas, peixes e eventualmente de algas. Por outro lado, a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), alimenta-se enquanto filhote de pequenos crustáceos, é onívora durante parte da fase juvenil e quando adulta possui uma dieta mais especializada, alimentando-se principalmente de esponjas, enquanto a tartaruga -gigante (Dermochelys coriacea) alimenta-se principalmente de águas-vivas, salpas, medusas e outros organismos gelatinosos.
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Por estes animais possuírem uma vasta alimentação, são os animais marinhos que mais sofrem com lixo oceânico, pois não conseguem diferenciar o alimento do lixo flutuante.
Por isso, é possível encontrar praticamente de tudo dentro do intestino destes répteis, como todos os tipos de plásticos, anzóis, linhas de pesca e qualquer outro lixo produzido por nós seres humanos.
A reprodução das tartarugas é extremamente lenta, pois só podem começar a se reproduzir a partir dos 25–30 anos, quando atingem a idade adulta. A fecundação é interna e ocorre no oceano e a fêmea só sai da água para poder desovar. Bota em média 120 ovos, dos quais apenas 2 conseguem chegar a idade adulta.
Fonte: Biology of sea turtles. Peter L. Lutz & John A. Musick, 1997.
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