É muito comum vermos nos filmes que a única pista de um crime é um fio de cabelo. Nos filmes, o DNA é facilmente extraído e a pessoa é em seguida identificada. Bem, parece coisa de filme, mas podemos dizer que isso é possível sim. Mas é claro, não é um processo tão rápido e fácil como vemos nos filmes.
O DNA é um composto orgânico na qual as moléculas contêm as instruções que coordenam o desenvolvimento e funcionamento dos seres vivos e alguns vírus. É nele que temos armazenadas as nossas informações genéticas. Ele se localiza dentro do núcleo das células, sendo chamado nesses casos de DNA nuclear, mas também pode ser encontrado fora do núcleo, dentro das mitocôndrias, aquelas organelas especializadas na produção de energia, aí é chamado de DNA mitocondrial. Naqueles casos em que não é possível extrair o DNA nuclear, pode ser usado o DNA mitocondrial.
No caso do fio de cabelo, os investigadores podem contar com esses dois tipos de DNA (o nuclear e o mitocondrial). Quando o fio ainda contém o bulbo capilar (raiz do cabelo) é possível extrair o DNA nuclear, pois naquela região temos milhares de células formadoras do cabelo (os queratinócitos). Mas, e se o fio de cabelo estiver quebrado? Bem, nesses casos podemos apelar para a extração do DNA mitocondrial, que está presente nos traços de mitocôndrias ainda existentes na haste do cabelo.
O único problema em usar o DNA mitocondrial presente na haste é herança exclusivamente materna e, além disso, sofre facilmente mutações.
Se retirarmos fios de cabelo de irmãos (filhos da mesma mãe) eles serão idênticos. É uma boa ferramenta para identificar a mãe, irmãos e parentes próximos pela linhagem materna, mas não para o pai.
Assim, o mais viável é utilizar o fio de cabelo que ainda contém a raiz intacta, pois o DNA nuclear presente nas células da raiz é muito estável e possui o código genético “mais limpo”.
O exame de DNA pode ser feito das células da raiz ou do DNA mitocondrial presente na haste!