A ciência, mais uma vez, mostra que nossa compreensão sobre a vida na terra e suas particularidades é ínfima. Alguns costumam dizer que conhecemos mais o cosmo do que o oceano, e isso não está longe de ser verdade. Afinal, em pleno desenvolvimento tecnológico, ainda estamos continuamos a descobrir e descrever cada vez mais novidades sobre o corpo humano, que curiosamente é o organismo mais estudado da história.
Dessa vez, não se trata de uma descoberta, mas de uma resolução de um conflito de opiniões. Alguns anatomistas, algumas décadas atrás, concordavam que o mesentério era apenas uma estrutura anexa ao sistema digestório, enquanto outros diziam se tratar de um órgão. A discussão prolongou-se, mas não houve muito progresso na definição dessa então estrutura.
Agora, o mesentério acaba de ser reclassificado como órgão e é, portanto, a mais nova descoberta do corpo humano.
A reclassificação foi publicada em um artigo na revista The Lancet Gastroenterology & Hepatology, sendo o primeiro autor, J. Calvin Coffey, pesquisador do University Hospital Limerick, na Irlanda, responsável pela equipe que realizou a descoberta, e seu colega Peter O’Leary.
De acordo com Coffey, a descrição anatômica de cem anos atrás era incorreta, e ao invés de ser fragmentado, como alguns pesquisadores sugeriam, o mesentério é uma estrutura simples, contínua e única.
O que é o mesentério?
Embora a descoberta não mude o funcionamento do aparelho digestivo, entender que o mesentério é um órgão implica em caminhos para novos métodos cirúrgicos e por isso sua reclassificação é importante para a Ciência e Medicina. “Podemos categorizar doenças digestivas relacionadas a este órgão”, exemplifica Coffey.
O mesentério, por sua vez, é uma uma dobra dupla do peritônio (como se chama o revestimento da cavidade abdominal) que une o intestino com a parede do abdômen e permite que ele se mantenha no lugar.
Agora, o próximo passo para os cientistas é entender como funciona o mesentério para aprimorar tratamentos atuais, podendo permitir o aperfeiçoamento de cirurgias, por exemplo.
Referência: Istoé.