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Protozoários – Ambientes marinhos, água doce e terrestre

Olá galera! Hoje vou escrever um post sobre as necessidades fisiológicas dos protozoários nos diferentes ambientes da crosta terrestre, o ambiente marinho, água doce e terrestre. 
Os protozoários são uma reunião diversa de cerca de 80.000 organismos de célula única que possuem organelas celulares conjugadas a membranas típicas (eucarióticas). Como muitos são semelhantes a animais, sendo móveis e apresentando uma nutrição heterotrófica, esse grupo foi tratado no passado como um filo único dentro do Reino Animal – o filo Protozoa. Eles são hoje colocados dentro de um número de diferentes filos unicelulares, que junto com a maioria dos filos de algas, constituem o reino Protista, também chamado Protoctista. Protozoa é hoje utilizado como um nome comum conveniente para protistas móveis  unicelulares.

Ambiente marinho

O ambiente marinho é geralmente o mais estável. A ação das ondas, as marés e as correntes oceânicas verticais e horizontais produzem uma mistura contínua de água marinha e asseguram um meio no qual a concentração dos gases e dos sais dissolvidos flutua relativamente pouco. A flutuabilidade da água marinha reduz o problema da sustentação. Portanto não é surpreendente que os maiores invertebrados sempre tenham sido marinhos. 
Como a água marinha é mais ou menos isosmótica com os fluidos teciduais corporais da maioria dos animais marinhos invertebrados, a manutenção dos equilíbrios hídrico e salino é relativamente simples, e a maioria dos animais marinhos é osmoconformista. 
A flutuabilidade e a uniformidade da água marinha fornecem um meio ideal para a reprodução animal. Os ovos podem ser postos e fertilizados na água marinha e podem passar por um desenvolvimento como embriões flutuantes com pequeno risco de dessecamento e de desequilíbrio salino ou de serem arrebatados por correntes rápidas para ambientes menos favoráveis. As larvas são características de muitos animais marinhos. 
Ambiente de água doce
A água doce é um meio muito menos constante que a água marinha. As correntes variam enormemente em turbidez, velocidade e volume, não somente ao longo de seu curso como também de tempos em tempos como resultado de secas ou chuvas fortes. As lagoas e os lagos pequenos flutuam quanto ao teor de oxigênio, à turbidez e ao volume da água. No caso dos lagos grandes, o ambiente altera-se radicalmente com o aumento da profundidade. 
Trypanossoma sp.
Como a água salgada, a água doce é flutuável e ajuda na sustentação. No entanto, a baixa concentração de sal cria uma certa dificuldade para manter o equilíbrio hídrico e salino. Como o corpo do animal contém uma concentração osmótica mais alta que a do ambiente externo, a água tem uma tendência para difundir-se para dentro. O animal tem, conseqüentemente, problema para livrar-se do excesso de água. Como consequência, os animais de água doce geralmente possuem algum mecanismo para bombear a água para fora do corpo enquanto retém os sais; ou seja, eles osmoregulam-se.  
Em geral, os ovos dos animais de água doce ou são retidos pela fêmea ou ficam presos no fundo da corrente ou do lago, em vez de ficarem flutuando livremente (como acontece frequentemente com os animais marinhos). Além disso, os estágios larvais encontram-se geralmente ausentes. Os ovos flutuantes e as larvas livre-natantes são facilmente arrebatados pelas correntes. Como os ovos de água doce desenvolvem-se tipicamente em adultos sem uma larva de alimentação intermediária, os ovos contêm tipicamente quantidades consideráveis de gema. Os detritos nitrogenados dos animais aquáticos, tanto marinhos como de água doce, geralmente são excretados como amónia. A amónia é muito solúvel e tóxica e requer água considerável para a sua remoção, mas como não há perigo de perda de água nos animais aquáticos, a excreção da amônia não apresenta nenhuma dificuldade.
Ambientes Terrestres
Os animais terrestres vivem no ambiente mais severo. A flutuabilidade de sustentação da água encontra-se ausente. No entanto, o problema mais crítico é a perda de água por evaporação. A solução para esse problema tem sido um fator primário na evolução de muitas adaptações para a vida na terra. O tegumento dos animais terrestres representa uma barreira melhor entre os ambientes interno e externo que o dos animais aquáticos. 
Há mais oxigênio em um dado volume de ar que no mesmo volume de água, mas as superfícies respiratórias devem ficar úmidas. Portanto, localizam-se geralmente no interior do corpo, reduzindo a dessecação. Os detritos nitrogenados são comumente excretados como ureia ou ácido úrico, que são menos tóxicos e requerem menos água para a remoção que a amónia. A fertilização deve ser interna; os ovos ficam geralmente envolvidos em um envelope protetor ou depositados em um ambiente úmido. 
Exceto no caso dos insetos e de uns poucos artrópodos, o desenvolvimento é direto, e os ovos são geralmente dotados de grandes quantidades de gema. Os animais terrestres que não são bem adaptados para suportar a dessecação ou são noturnos ou restringem-se a habitats úmidos.
Podemos então concluir que os protozoários são organismos que ocupam uma diversidade imensa de micro-habitas divididos em ambientes marinhos, terrestres e dulcícolas. São formas de vida bem mais antigas que muitos outros organismos e isso se deu ao longo da evolução através de suas adaptações, permitindo-lhes o sucesso de hoje, e ainda assim, estão sendo moldados pela seleção natural, de tal forma que continuam em constante adaptação.
Veja mais sobre as adaptações especiais neste outro post Protozoários – Adaptações especiais.
Referências: RUPPERT, E. E.; BARNES, R.D. Zoologia dos Invertebrados. 6 ed. São Paulo: Ed. Roca. 1996. 1028p.
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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