A Biologia Forense é a aplicação da biologia na área criminal. Ela inclui subdisciplinas como a antropologia forense, botânica forense, entomologia forense, ornitologia forense, toxicologia forense, patologia forense, odontologia forense e várias técnicas baseadas em DNA ou proteína.
Os biólogos forenses examinam o sangue e outros fluidos corporais, cabelos, ossos, insetos, plantas e animais para ajudar a identificar vítimas e apoiar as investigações criminais. Usando a tecnologia no laboratório e no campo, biólogos forenses coletam e analisam evidências biológicas encontradas em roupas, armas e outras superfícies, para determinar o tempo e a causa da morte.
Eles mantêm registros detalhados e escrevem relatórios sobre o que eles encontram. A atenção aos detalhes é fundamental, pois um único erro pode fazer com que a evidência seja inútil no tribunal. Biólogos forenses de sênior podem testemunhar em tribunal sobre suas descobertas.
Biólogos forenses podem se tornar especialistas em diversas áreas, como:
- Análise de DNA ou Genética forense
- Antropologia forense
- Patologia forense
- Entomologia forense
- Botânica Forense
- Química forense
- Ornitologia forense
- Palinologia forense
- Toxicologia forense e diversas outras
Leia também:
O que faz um zoólogo?
O que é Botânica e o que um Botânico faz?
O que faz um Ecólogo?
Além de ajudar a resolver crimes envolvendo a vida humana, os biólogos forenses podem investigar a contaminação ambiental ou outras ameaças à saúde pública, investigar tráfico de animais e outros crimes que envolvem a fauna e flora ameaçada, bem como podem atuar na investigação de acidentes envolvendo animais, como no caso das colisões de aves com aviões ou de aves com turbinas eólicas.
Condições de trabalho
Os biólogos forenses trabalham estreitamente com diversos tipos de materiais biológicos, incluindo todo o tipo de fluido encontrado no corpo humano, que podem ser malcheirosos e desagradáveis.
O trabalho de campo pode ser um trabalho muito sujo. Em cenas de crime, os biólogos forenses recolhem folhas, insetos e outros materiais biológicos e examinam roupas e restos da vítima (que pode estar em um estado avançado de decomposição). Podem vasculhar a sujeira ao redor e até mesmo o lixo à procura de evidências biológicas.
No laboratório, os biólogos forenses examinam estas evidências usando microscópios e outras tecnologias. Eles fotografam e catalogam os elementos de prova e realizam teste de DNA e outros testes nas amostras.
O trabalho pode ser repetitivo e chato, mas a recompensa vem em encontrar uma peça crítica em meio às evidências, que os investigadores podem usar para resolver o crime.
Disciplinas mais comuns
Antropologia forense
A antropologia forense é uma disciplina que busca identificar e recuperar restos mortais. Em casos extremos, onde as técnicas convencionais não são capazes de determinar a identidade dos restos mortais, os antropólogos são, por vezes, capazes de deduzir determinadas características com base nos restos de esqueletos. Raça, sexo, idade e estatura podem frequentemente ser determinadas através de medições dos restos mortais à procura de pistas estruturais nos ossos.
Botânica forense
Botânicos forenses olham para a vida das plantas, a fim de obter informações sobre possíveis crimes. Folhas, sementes e pólen encontrados tanto em um corpo ou na cena de um crime podem oferecer informações valiosas sobre os prazos de um crime e também se o corpo foi movido entre duas ou mais localizações diferentes. O estudo forense de pólen é conhecido como palinologia forense e muitas vezes pode produzir resultados específicos do local da morte, decomposição e época do ano.
O conhecimento da sistemática vegetal leva à identificação de evidências na cena do crime. O estudo morfológico e anatômico das partes das plantas se baseia na coleta de amostras da cena do crime e sua análise em laboratório. Isso leva a apresentação adequada de evidências no tribunal de justiça.
Ornitologia forense
Restos de aves podem ser identificados especialmente por meio de suas penas, que são distintas entre cada espécie, tanto no nível macroscópico quanto no nível microscópico. Aves comumente se chocam com aviões, podendo causar a morte de muitas pessoas. Ornitólogos forenses podem atuar identificando aves que colidem com aviões, bem como as que morrem colidindo com as turbinas eólicas (e são milhares todos os anos, segundo pesquisas).
Genética forense ou DNA Forense
A Genética Forense é a área do conhecimento que trata da utilização dos conhecimentos e das técnicas de genética e de biologia molecular no auxílio à justiça. A Genética Forense também é conhecida como DNA Forense.
Provas com base no DNA tornaram-se uma ferramenta importante que muitos investigadores policiais têm agora à sua disposição. Provas de DNA podem definitivamente ligar um suspeito à uma cena de crime ou vítima. Os biólogos forenses especialistas em DNA obtém provas de DNA a partir do sangue, sêmen, saliva, células da pele e do cabelo. Além disso, o DNA mitocondrial pode ser recuperado a partir de ossos e dentes. A análise laboratorial de provas de DNA envolve geralmente a amostra a ser amplificada e quantificada por uma forma de Reação em Cadeia da Polimerase conhecida como PCR (do inglês Polymerase Chain Reaction). O PCR pode amplificar e sequenciar qualquer amostra recuperada através da técnica de eletroforese capilar, a fim de obter um perfil de DNA que possa ser comparado ao DNA do suspeito.
O DNA também pode ser extraído a partir de animais e utilizados para identificar as espécies que estão envolvidas em acidentes, como as aves que se chocam contra turbinas eólicas ou aviões.
Toxicologia forense
Os efeitos tóxicos das substâncias na saúde humana e os limites de tolerância dessas substâncias no organismo são estudados pela Toxicologia. Já na Toxicologia Forense, os biólogos estudam a identificação e quantificação de substâncias tóxicas em diferentes casos de investigações criminais.
Empregos
Os biólogos forenses podem trabalhar em diversos departamentos do governo, principalmente na Polícia Civil, Polícia Federal, Instituto Médico Legal, Hospitais e Laboratórios. Além disso, existem muitos laboratórios privados especializados em diferentes análises biológicas que podem empregar biólogos forenses. Grandes empresas de consultoria ambiental e ou perícia ambiental podem contratar biólogos forenses com determinadas especialidades, para atuar em casos que envolvam ameaças ao meio ambiente e saúde publica, bem como à fauna e flora.
Salário
O salário do biólogo forense vai depender de sua área de atuação. Como Perito Criminal, um biólogo em início de carreira no Brasil ganha em média R$ 4 mil. Porém, os salários de perito criminal podem ultrapassar os R$ 10 mil, especialmente se o biólogo investir na pós graduação e prestar um concurso federal.
A cultura popular
Na cultura popular, a biologia forense é frequentemente retratada em séries de TV e filmes, tais como Law & Order, Bones, CSI, Dexter, etc.
Para a infelicidade dos fãs dessas séries, a rotina de trabalho de um biólogo forense não tem nada a ver com o que a TV mostra. As técnicas abordadas nas análises criminais são difíceis, levam tempo e custam muito caro. Recomendo que leiam este artigo publicado na Scientific American que retrata muito bem o tema séries de TV vs ciências forenses.
Dicas e Cursos Online
Comece, o quanto antes, a procurar locais de estágio para obter experiência e ter certeza de que é realmente isso que você irá fazer como profissão. Você não precisa acompanhar cenas de crimes (e creio eu que isso nem é possível) mas pode participar de laboratórios ou institutos de perícia criminal para aprender as técnicas e métodos usados em diferentes situações.
Se você não pode participar dessas atividades, não tem problema! Eu separei alguns cursos online que a empresa parceira do o EQB, o Portal Educação, oferece na área das ciências forenses. Confira: