InícioAnimais & PlantasRhinella schneideri - Sapo cururu

Rhinella schneideri – Sapo cururu

Tamanho: Machos: 13 cm; fêmeas: 15 cm. 
Distribuição: Centro-oeste, Nordeste e Sudeste do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. 

Descrição da espécie:

Pertence a um grupo que congrega animais de grande porte possuindo membros curtos e coloração que varia de castanho-claro a escuro. Possui pele áspera com região dorsal bastante rugosa devido à presença de glândulas cutâneas. Duas dessas, localizadas logo atrás dos olhos, são chamadas de glândulas paratóides e atrás da tíbia estão as glândulas paracnêmicas.
Quando espremidas, as glândulas liberam veneno através de grandes poros, que escorre pela pele do animal.
Hábitos e Habitats:
É encontrado em vários habitats, incluindo Cerrado e Mata Atlântica , embora ocorre principalmente em áreas abertas e urbanas, por ter se adaptado bem à perturbação antrópica. Durante o dia abrigam-se sob pedras e troncos de madeira, montes de tijolos, ou mesmo no interior de calhas, canaletas, etc. Alimentam-se de insetos, tendo uma alimentação muito variada. Forrageiam sob postes de iluminação, com predomínio das espécies de insetos da Ordem Hymenoptera
Reprodução:
Os machos possuem comportamento reprodutivo explosivo e para atrair fêmeas, podem além de vocalizar, procurar ativamente por parceiras sexuais. O amplexo é axilar e a desova é depositada na forma de cordões gelatinosos, em ambientes lênticos, nos quais os girinos se desenvolvem.
Vocalização:
Os machos costumam vocalizar às margens de lagos, lagoas e açudes, em áreas abertas, apenas durante a noite. O amplexo pode durar até 40 horas antes que ocorra a oviposição. O canto de anúncio é formado por notas simples multipulsionadas, com som bastante grave (freqüência baixa) e repetitivo (alta taxa de emissão).
MITOS!
O sapo-cururu (Rhinella schneideri), que anteriormente pertencia ao gênero Bufo e espécie Bufo schneideri, é um anfíbio muito comum no nosso país. Infelizmente este animal está associado à coisas ruins como bruxarias, entre outras coisas, sem contar que muitos afirmam com certeza que eles “espirram leite” nos olhos das pessoas que se aproximam.
Claro que isso é uma grande mentira! Os sapos cururus não espirram leite em ninguém, pelo contrário, para que a sua substância tóxica saia de suas glândulas (paratóides e paracnêmicas) elas precisam ser pressionadas com certa força. Sendo assim, este recurso é extremamente eficiente para afugentar possíveis predadores, pois quando uma serpente, por exemplo, tenta predar o sapo, suas glândulas são pressionadas e então provocam um gosto extremamente amargo e que é tóxico para a serpente, afastando-a do sapo.

Veja a figura abaixo e saiba onde se encontram as glândulas paracnêmicas e paratóides:
(Clique para aumentar)
Ouça a vocalização que eu gravei deste animal.
Referencias Bibliográficas:
  1. COCHRAN, D. M. Frogs of sooutheastern Brazil. Bull. U.S. Nat. Mus., n. 206, p. 1-423, 1955.
  2. CARDOSO,J.L.C.; FRANÇA, F.O.S.; WEN,F.H.; MÁLAQUE,C.M.S.; HADDAD Jr., V. Animais Peçonhentos no Brasil: Biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier, 1a.Ed., 2003. 469p.
  3. BASTOS, R. P.; LIMA, L. P.; PASQUALI, M. S. Sapos, rãs e pererecas: desvendando o segredo dos anfíbios. 1ª edição. Goiânia: R. P. Bastos, 2003. 12p.
  4. BASTOS, R. P.; MOTTA, J. A. O.; LIMA, L. P.; GUIMARÃES, L. D. Anfíbios da Floresta Nacional Silvânia, estado de Goiás. 1ª edição. Goiânia: R. P. Bastos, 2003. 82p
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Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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