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| Imagem: Universidade de Miami |
Muitos animais terrestres são freqüentemente observados realizando limpeza em outros animais, como um urubu se alimentando de um animal morto (carcaça/restos). No entanto, documentar este tipo de atividade nos oceanos é especialmente difícil, e muitas vezes esquecido em estudos marinhos que estão relacionados com a alimentação dos organismos.
Em um novo estudo publicado na PLOS ONE , intitulado “Tubarões brancos (Carcharodon carcharias) limpando as baleias e seu potencial papel na elaboração da futura ecologia de um predador”, o capitão Chris Fallows, da Apex Expedições, colaborou com a Universidade de Miami (UM), especificamente com os cientistas Dr. Neil Hammerschlag e Austin Gallagher, para explorar o comportamento dos grandes tubarões brancos que estavam limpando baleias mortas na África do Sul. A equipe documentou até 40 tubarões diferentes se alimentando em uma carcaça ao longo de um único dia, revelando exclusivas interações sociais entre os tubarões.
O estudo contém observações a partir de quatro eventos de limpezas oportunistas observados ao longo de um período de 10 anos. Em cada observação de vários dias, a equipe gravou evidência sociais diárias de agrupamento e alimentação, comportamentos observados nas águas da África do Sul. Eles sugerem que, embora a ocorrência de vir em cima de uma carcaça de baleia pode ser esporádica, as populações de tubarões são provavelmente preparadas para limpá-las e podem até mesmo confiar em suas atividades de limpeza, para complementar as suas atividades regulares de alimentação.
“Embora raramente visto, suspeitamos que os tubarões brancos maduros, a limpeza das baleias se torna mais prevalente e significativa para estas espécies em relação ao que se pensava anteriormente”, disse Hammerschlag, que é diretor do Programa de Conservação Marinha RJ Dunlap na UM.
A equipe descobriu que os tubarões mostraram uma clara preferência por limpeza na gordura, provavelmente porque estas refeições de alto teor calórico pode sustentar os tubarões por longos períodos de tempo. Curiosamente, porém, o estudo também descobriu que os tubarões mostraram uma preferência inicial para a alimentação no acaso antes de passar para o resto da carcaça. A equipe também descobriu que enquanto limpam as baleias, eles cessaram caçando e se alimentando de focas, uma de suas presas primárias.
“Enquanto faziam a limpeza na baleia, os tubarões mostraram claramente uma hierarquia baseada no tamanho”, disse Fallows. “Os maiores tubarões foram para direita, visando áreas de maior teor de gordura, enquanto os tubarões menores alimentaram-se em áreas com menos gordura ou mantiveram distância da baleia, ou ainda capturando pedaços de gordura e se afastado da carcaça.”
O documento revela como a estrutura social e tamanho dos tubarões na carcaça pode ser influenciada por padrões ambientais. “Os sinais, tais como os óleos, emanadas deste tipo de comida são muito atrativos e provavelmente atrairam tubarões maiores mais de 4,5 metros de longas distâncias para limparem”, disse Gallagher. “Esses dados fornecem alguma credibilidade à hipótese de que os grandes tubarões brancos podem estar nadando corredores conhecidos do oceano, procurando baleias mortas, quase morrendo ou vulneráveis.”
“Ao atrair muitos grandes tubarões brancos juntos para limpar, suspeitamos que a aparência de uma carcaça de baleia pode desempenhar um papel na formação dos comportamentos, movimentos, e os impactos ambientais de tubarões brancos”, disse Hammerschlag. “Esses padrões podem lançar alguma luz sobre a ecologia deste frequentemente estudado – ainda assim altamente enigmático – predador marinho”. [Fonte].
