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Distúrbios Hemodinâmicos

Hemorragia subconjuntival

Como postei recentemente o artigo Edema – características e consequências, que é parte de um dos distúrbios hemodinâmicos, agora farei um post contendo os outros distúrbios. Primeiramente devemos ter em mente que os distúrbios hemodinâmicos, como o próprio nome sugere, estão claramente relacionados somente com o sangue. Temo então os seguintes distúbios:

  • Edema
  • Trombose
  • Embolia
  • Congestão (ou Hiperemia passiva)
  • Hiperemia ativa
  • Hemorragia
  • Choque
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TROMBOSE: É o processo de formação dos trombos (sangue coagulado). Os trombos geralmente são originados por ativações excessivas da hemostasia (processo que inibe o sangramento e inicia o reparo tecidual), ou seja, em alguma ruptura de um vaso sanguíneo, a hemostasia excessiva pode orignar os coágulos, podendo ser brancos (formandos somente em artérias ou vermelhos (somente em veias).

O trombo pode ter como destino a:

– Dissolução: o trombo é dissolvido por ação de algumas substâncias específicas, deixando de obstruir os vasos sanguíneos.

– Embolização: Pode se desprender do seu local de origem, ganhar a corrente sanguínea, parando então em vasos menores originando a Embolia, geralmente a Embolia Pulmonar, obstruindo pequenos vasos sanguíneos, causando a morte celular do pulmão por ausência do suprimento de O2 necessário. A Embolia ou Êmbolo será detalhado no próximo tópico.

– Organização: Pode se agrupar em algumas regiões próximas ao seu local de formação ou ainda em outros locais formando grandes grupamentos.

– Recanalização: Pode não obstruir completamente o fluxo sanguíneo de um vaso, possibilitando ainda a passagem do sangue.

ÊMBOLO/EMBOLIA: O êmbolo é uma massa líquida, sólida ou gasosa nos vasos sanguíneos que sai de seu local de origem sendo levada pelo sangue até outras regiões do corpo. Como citado no tópico sobre a Trombose, o processo de Embolia ocorre quando um trombo deixa seu local de origem e passa a prejudicar outros locais.

Existem os seguintes tipos de embolia:

– Pulmonar (citado anteriormente})
– Sistêmica (quando um êmbolo acontece no coração)
– Gordurosa (placas de gordura se soltam e se deslocam pelo corpo até atingir um local específico e obstruí-lo).
– Gasosa (como em uma má punção venosa o ar entra na veia e então causa sérios danos)
– Líquido amniótico (quando o bebê nasce o líquido amniótico pode acidentalmente atingir os vasos sanguíneos dele)

A embolia pode gerar um infarto, que não é algo restrito somente ao coração. Na verdade o infarto é o nome dado à falta de oxigênio a um determinado tecido por isquemia (ausência de suprimento de O2 para os tecidos) causada por necrose (morte tecidual pela ausência de O2).

Este infarto pode ser Hemorrágico ou Isquêmico. O Hemorrágico possui coloração vermelha e atinge as veias, que impedem o tecido de receber oxigênio já que a pressão rompe o vaso e não leva mais o sangue até o tecido, causando morte tecidual por ausência de O2 e espalhamento de sangue excessivo nessa região, por isso a cor vermelha.

Já o Isquêmico possui coloração branca e ocorre somente em artérias, onde estas não se rompem inibindo completamente o fluxo de sangue até as células, deixando-as com coloração esbranquiçada devido ao não suprimento de sangue.

CONGESTÃO/HIPEREMIA PASSIVA: É denotada pela concentração de sangue somente no lado venoso, causando a diminuição do efluxo (sangue que volta ao coração) sendo local ou sistêmica (várias partes do corpo).

Como congestões locais temos as neoplasias (tumores que crescem e obstruem veias), abcessos e granulomas, e garroteamento. Já como Congestão sistêmica temos os danos causados no coração e pulmões (como neoplasias ou lesões).

HIPEREMIA ATIVA: É quando o sangue se concentra no lado arterial da circulação, onde o fluxo sanguíneo torna-se mais alto e aumenta a pressão arterial, aumentando a vasodilatação.

Pode ser fisiológica (normal), quando por exemplo, praticamos exercícios físicos e ficamos um pouco vermelho em decorrência do aumento do fluxo sanguíneo e a dissipação do calor corporal; ou pode ser Patológica como inflamações agudas, lesões térmicas (queimaduras) e traumatismos.

HEMORRAGIA: É a liberação de sangue por ruptura dos vasos sanguíneos, tanto para o interstício quanto para cavidades pré formadas (meio interno) ou para o exterior do corpo como nas fezes, vômitos, menstruação.

– Hematomas: é qualquer acúmulo de sangue através da hemorragia
– Petéquias: pequenas manchas hemorrágicas de 1 a 2 mm
– Púrpuras: pequenas manchas hemorrágicas > que 3 mm
– Equimose: pequenas manchas hemorrágicas porém maiores que 1 cm

CHOQUE: É causado pela sobrecarga do sistema cardiovascular, através especificamente da sobrecarga do sistema respiratório e cardiovascular. Constitui uma hipoperfusão sistêmica através da diminuição do débito cardíaco, diminuindo a quantidade de sangue que circula pelo corpo em relação ao nível normal de sangue que deve circular. Assim sendo, ocorre então uma menor pressão arterial o que propicia a Hipoperfusão, que é quando as células passam a receber menos quantidade de O2, tornando-se então anaeróbicas e nesse momento, resultando do metabolismo anaeróbico há a liberação do ácido lático, que é terrivelmente prejudicial para as células causando lesões irreversíveis, provocando a morte do indivíduo.

Tipos de choques:

– Cardiogênico
– Hipovolêmico (diminuição do fluxo sanguíneo)
– Hemorrágico (perda de líquidos: água = diarréias, vômitos, suor; ou sangue = hemorragia)
– Séptico (causado por infecções de bactérias e fungos)
– Anafilático (alimentos, corantes, etc; picadas de insetos, vacinas)

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Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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