O nosso planeta é um lugar fascinante. Do Oriente ao Ocidente, somos brindados diariamente com uma extraordinária explosão de vida, que manifesta-se nas mais variadas formas e tamanhos. Pulsando a todo o momento, o meio ambiente em que vivemos nos convida à contemplação e introspecção, possibilitando a recuperação de nossas forças e a tornarmo-nos pessoas mais alegres, serenas e fraternas.
No intuito de despertar a população para apreciar e conservar a natureza, a Fundação New Open World Corporation, com sede em Zurique, na Alemanha, promoveu de 2007 a 2011 uma grande campanha global, que elevou sete locais ao título de “Maravilha Natural do Mundo”. Impulsionada pelo slogan do seu idealizador, Bernard Weber – “Se queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos realmente apreciá-la”, a iniciativa contou ao todo com 440 locais inscritos, de mais de 220 países. No processo de seleção permaneceram 77, posteriormente 28, depois 14 finalistas e, finalmente, sete vencedores.
Para o concurso a instituição baseou-se em cinco critérios gerais: beleza única do local nomeado; diversidade e distribuição; significado ecológico; legado histórico e geo-localização e no resultado de votação aberta online, que totalizou mais de 1 bilhão de votos.
Anunciadas no dia 11 de novembro de 2011, as Sete Maravilhas da Natureza constituem-se marcos paisagísticos de valor universal, provenientes de diferentes partes do globo. Considerada um sucesso pela Fundação New Open World Corporation, a campanha tem tido um impacto significativo nas economias dos países contemplados. O turismo nestes locais aumentou consideravelmente, contribuindo para o aumento de renda e de consciência ambiental, que favorece que os tesouros naturais possam ser preservados para as gerações futuras.
Dê a volta ao mundo e descubra agora cada uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo:
Localização Geográfica: África
País: África do Sul
Situada próxima ao extremo sul da África, a Montanha da Mesa é uma grande montanha que domina a paisagem da Cidade do Cabo (Cape Town, em inglês), a segunda maior metrópole da África do Sul e a capital legislativa deste país. Batizada primordialmente de Hoerikwaggo – “Montanha no Mar” – pelos indígenas Khoisan do Cabo, a sequência montanhosa formada sob o oceano tem a sua origem há mais de 600 milhões de anos, sofrendo seis milhões de anos de erosão e tendo uma história que remonta há cerca de 30 000 anos, guardando indícios remanescentes da época da Idade da Pedra.
Detentora de um planalto de aproximadamente 3 quilômetros de comprimento e pico de mais de mil metros de altura (McLear’s Beacon, com 1.086 metros), estende-se a leste por Devil’s Peak (Monte do Diabo) e, a oeste, por Lion’s Head (Cabeça de Leão), permitindo uma visão arrebatadora do local de confluência de dois importantes oceanos (o Atlântico e o Índico); da Ilha de Robben (patrimônio da humanidade, onde Nelson Mandela esteve preso durante 27 anos) e, por fim, da Cidade do Cabo.
Exercendo uma atração mágica através dos séculos sobre aqueles que desejam alcançar seu topo, recebeu em 1503 um visitante ilustre, o explorador português Almirante Antonio de Saldanha. Pioneiro a ascender ao seu topo, foi o responsável por denominar o local de Montanha da Mesa (em razão de parecer uma mesa), talhando uma cruz quando da sua passagem que ainda pode ser vista no cume Cabeça do Leão.
A sétima maravilha natural do mundo integra o Parque Nacional da Montanha da Mesa, com 25.000 hectares e jurisdição de 1 000 km2 de mares e litoral, a cerca de 60 km ao sul da região central da Cidade do Cabo. Fundado em 1998, é o mais visitado de todos os Parques Nacionais da África do Sul, recebendo 4,2 milhões de visitantes ao ano. Em sua área de abrangência estão verdadeiros paraísos, como por exemplo o Reino Floral do Cabo (casa de aproximadamente 8.200 espécies de plantas); a Floresta de Tokai (que contém pinheiros e provê sombra para caminhantes e mountain bikers); a Orange Kloof (a única floresta nativa primária da região e onde está o último remanescente da Floresta Afromontana da Península do Cabo); a praia Boulders (porto seguro para os três mil pinguins que a adotaram) e Cape Point (ponta da Península do Cabo e Patrimônio Natural da Humanidade), que proporcionam uma grande intimidade com a natureza e paz de espírito a quem os visita.
Acessível através de trilhas, de teleférico e de vôos panorâmicos de helicóptero, a Montanha da Mesa emoldura a Baía da Mesa, sendo cercada por uma centena de belas praias e símbolos locais famosos – como os picos rochosos “12 Apóstolos”. Possuidora de uma rara e impressionante seleção de vida selvagem, com muitas espécies em vias de extinção, chama a atenção além dos fatos supracitados por estes outros listados abaixo:
– Contribui para a Cidade do Cabo ser reconhecida internacionalmente como uma das mais belas e frequentadas cidades turísticas do mundo;
– Protege o menor e mais rico dos seis reinos florais que ocorrem na Terra (declarado Patrimônio Mundial Natural em 2004), concentrando um grande número de espécies endêmicas e ameaçadas;
– É a única área natural do planeta a ter uma constelação de estrelas em homenagem a ela (no hemisfério norte);
– Conjuntamente com o Cabo da Boa Esperança, onde está localizada, é símbolo não só para a África como para o mundo inteiro, pois esse lugar foi, a seu tempo, um dos pontos de partida para os Grandes Descobrimentos Marítimos;
-Está representada na bandeira, no escudo e nos documentos oficiais da Cidade do Cabo, recebendo anualmente cerca de 2 milhões de excursionistas;
– Possui uma intrínseca relação com o Brasil, pois foi justamente a partir da região do Cabo da Esperança que o nosso país foi descoberto, em meio à tentativa de Pedro Álvares Cabral repetir a proeza de Bartolomeu Dias, que o contornou para chegar as Índias no ano de 1488.
Localização Geográfica: Ásia
País: Filipinas
Chegamos à última maravilha natural da Ásia no ranking, o Parque Nacional do Rio Subterrâneo de Puerto Princesa. Estabelecido nas Filipinas, ele fica à 50 km ao norte da cidade homônima, Puerto Princesa e à 360 km ao sudoeste de Manila, na Ilha de Palawan. Com uma área total de 22 mil hectares, constitui-se o primeiro parque nacional desconcentrado do país (1992), abrigando em seus limites um imponente curso hídrico subterrâneo, uma paisagem cárstica espetacular e ecossistemas variados significativos.
Dentre as atrações turísticas da localidade, o rio subterrâneo consolida-se como a principal delas. A área que lhe dá acesso é marcada por uma lagoa com água límpida, e em torno das suas margens verifica-se um grande crescimento de árvores antigas. Navegável ao longo de 8,2 quilômetros de extensão, tem o seu trajeto desenvolvido quase na sua totalidade dentro de uma caverna, que congrega grandes formações de estalactites e estalagmites e várias câmaras de grande porte – que podem chegar até 120m de largura e 60m de altura. Destoando de vários cursos d’água subterrâneos, diferencia-se por estar sujeito à influência das marés em sua parcela mais baixa – que está até 6 km do mar – e desembocar diretamente para o mar, no caso, no Mar da China Meridional, onde é possível observar a montanha Sleeping Giant, que assemelha-se a figura de um homem dormindo.
No que tange à biodiversidade o parque exerce um importante papel, abrigando o incrível número de onze ecossistemas diferentes. Em estado de conservação excelente, nestes recintos é possível evidenciar uma grande variedade de animais endêmicos ameaçados, como o faisão-esporeiro, o morcego-raposa, a lontra Aonyx cinerea, os pequenos pandas, as civetas e os texugos Mydaus javanensis. Além disso é possível observar várias outras espécies, como esquilos, macacos e grandes lagartos, que vivem na praia próxima à caverna. As principais ameaças ambientais do território consistem na poluição hídrica, o desmatamento da floresta e o desenvolvimento inadequado de atividades agrícolas.
Convidativa à prática de mergulho, a sexta maravilha natural ainda merece destaque pelas seguintes marcas:
– Detém o maior rio subterrâneo navegável do mundo;
– Guarda algumas das florestas mais importantes da Ásia, representando oito dos treze tipos de floresta tropical encontrada no continente;
– Possui mais de 800 espécies de plantas;
– Possui 19 espécies de répteis, das quais oito são endêmicas;
– Reúne um total de 165 espécies de aves, o que representa 67% do total de aves e todas as 15 espécies de aves endêmicas de Palawan;
– Concentra várias espécies da lista da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais), isto é, que estão ameaçadas de extinção.
Cartão postal das Filipinas, o Parque Nacional do Rio Subterrâneo de Puerto Princesa foi inscrito pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 04 de Dezembro de 1999.
Localização Geográfica: Ásia
País: Indonésia
Com uma superfície total de 2.300 km², o Parque Nacional de Komodo situa-se nas ilhas menores de Sonda, na fronteira das províncias de West Nusa Tenggara e East Nusa Tenggara, no arquipélago da Indonésia. Constituído pelas grandes ilhas Komodo, Rinca e Padar, além de outras numerosas e pequenas ilhas – todas elas de origem vulcânica, o Parque Nacional de Komodo foi instituído pelo governo indonésio em 6 de Março de 1980, com o objetivo de proteger e salvar o dragão de Komodo (Varanuskomodoensis), lagarto endêmico que dá o nome a este local do planeta, assim como para preservar as florestas e a vida aquática ali presentes.
A condição geográfica da região permitiu o desenvolvimento de um ecossistema único, onde se encontram cerca de 1.500 tipos de espécies animais asiáticas e australianas, além de 250 variedades de plantas, recifes de coral, mangues, mantas de ervas marinhas, montes submarinos e baías semi-fechadas. Estes habitats abrigam mais de 1.000 espécies de peixes, mais de 260 espécies de corais e 70 espécies de esponjas. Dugongos, tubarões, jamantas, pelo menos 14 espécies de baleias, golfinhos e tartarugas marinhas fazem do Parque Nacional de Komodo a sua casa. O local concentra ainda macacos, porcos selvagens e os últimos 3.500 dragões de Komodo existentes.
A área recebe forte proteção ambiental para a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável do turismo é a principal estratégia do parque para se sustentar economicamente. Em certas áreas do parque as praias possuem tons rosados, fato que ocorre devido a uma mistura de areia de carbonato de cálcio branco e os esqueletos de corais vermelhos. Considerado um dos melhores destinos do mundo devido à sua rica fauna e flora, as ilhas contam com uma população de cerca de 4 mil pessoas, número 800% maior que há 60 anos atrás.
A exemplo de outras maravilhas que compõem o ranking, o Parque Nacional de Komodo foi eleito Patrimônio Mundial da Humanidade – e Reserva Mundial da Biosfera – em 1991 pela Unesco.
Algumas curiosidades sobre o Dragão de Komodo:
– É uma espécie vulnerável, ameaçada de extinção;
– É o maior lagarto do mundo;
– É um lagarto carnívoro;
– Foi descoberto há 100 anos;
– Pode ser encontrado nas ilhas Rinca e Komodo;
– Tem cerca de 3 m de comprimento;
– Pode atingir 70 kg na fase adulta;
– Corre até 18 km/h em linha reta;
– Vive 50 anos de idade em média;
– Indivíduos machos são ligeiramente maiores que as fêmeas;
– Um dragão fêmea pode botar de 15 a 30 ovos por ano;
– Possui uma aparência e comportamento agressivo que lhe rendeu o título de “dragão”;
– É ajudado pelo olfato através da língua;
– Sua grande arma como predador é a sua mordida, que aliada a uma saliva com alta quantidade de bactérias, mata a presa por infecção em poucos dias;
– É de grande interesse para os cientistas que estudam a Teoria da Evolução, de Charles Darwin.
Localização Geográfica: Ásia
País: Coreia do Sul
Província especial autônoma e maior ilha do país, Jeju está localizada em uma região conhecida como Estreito da Coreia, a 130 km da costa sul da Península da Coreia. Com uma área de 1.845,55 km² e uma população de 560.000 habitantes (2004), a Ilha de Jeju se destaca em meio às 3.000 ilhas continentais-costeiras da Coreia do Sul, sendo a opção favorita dos coreanos no que diz respeito à contemplação da natureza e lazer. Criada por uma sucessão de erupções vulcânicas há mais de 2 milhões de anos, hoje coberta por uma vegetação rica e densa, Jeju tem 2 cidades principais: Seogwipo (ao sul) – uma das cidades hospedeiras da Copa do Mundo da FIFA em 2002 – e Jeju-si (ao norte), que são separadas pelo Hallasan.
Elevando-se a 1.950 metros de altura, o Hallasan é o maior vulcão e a maior montanha do país. Suas erupções criaram uma grande cratera de mais de 400 metros de diâmetro, onde um lago foi formado há 25.000 anos, o Baengnokdam. Dependendo da estação ele pode ter mais de 2 quilômetros de circunferência e uma profundidade impressionante de até 100 metros.
Com 360 vulcões-satélite ao seu redor, o Hallasan está adormecido há mais de 800 anos, o que deixou à vista um longo canal semelhante a uma caverna. Juntamente de suas rochas foram formados um dos maiores complexos de tubos de lava do mundo, o que dá ao local um intrínseco valor científico e geológico. Criados durante a época das erupções, estes tubos de lava deram origem a 120 cavernas subterrâneas e atribuíram a Jeju em 2007 o status de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
A Ilha de Jeju possui milhares de lendas locais, sendo que a mais conhecida delas são os Dolhareubangs (pedra-avô), que consistem em simples estátuas com formatos de cogumelos, mas que são consideradas deuses de proteção contra demônios.
Além do Hallasan e dos tubos de lava, existem outras atrações na ilha que merecem especial destaque: as Cataratas Cheonjeyeon (Lagoa do Paraíso do Imperador) e a Catarata Cheonjiyeon (Céu Conectado Com a Terra), um conjunto de três quedas de água, de respectivamente 21, 22 e 30 metros de altura; o Parque Nacional Monte Hallasan, que está a mais de 800 metros acima do nível do mar e abriga mais de 1.500 espécies de plantas vasculares, aproximadamente 17 espécies de mamíferos, 8 de anfíbios e 947 de insetos e o Jeju Loveland, parque temático sexual aberto em 2004 que é referência local em educação sexual, este comportando 140 esculturas eróticas e algumas instalações interativas de autoria de 20 artistas graduados na Universidade Hongik, em Seoul, famosa por sua faculdade de Belas Artes.
Sobre esta maravilha natural, segue mais alguns pontos interessantes a serem observados:
– Metade das plantas vasculares da Coreia do Sul crescem naturalmente na ilha;
– Em Jeju está a maior caverna de lava visitável do mundo: Manjanggul, com 13km de extensão, situada no Parque Hallim;
– Jeju conta com 21 praias, diversas cachoeiras, inúmeros campos de golfe, deslumbrantes campos floridos, os melhores chás-verdes e grande quantidade de tangerina;
– A ilha possui diversas trilhas ecológicas, que dispõem de uma excelente infraestrutura, sinalização e manutenção;
– Os parques e monumentos naturais da ilha recebem a visita de 5 milhões de turistas anualmente – dos 5 milhões de turistas que visitaram a ilha em 2011, um milhão eram estrangeiros;
– Jeju é local de muitas conferências nacionais e internacionais, propiciadas principalmente pela imponência arquitetônica do Centro de Convenções;
– O Butiá do Brasil é a palmeira preferida no paisagismo da ilha.
Localização Geográfica: América do Sul
Países: Argentina e Brasil
Continuando a lista das 7 maravilhas naturais do mundo, é com mérito que ocupa o terceiro lugar as Cataratas do Iguaçu. Posicionada na fronteira entre o Brasil e a Argentina, no Parque Nacional do Iguaçu – Estado do Paraná, as Cataratas é um espetáculo à parte da natureza e a exemplo da Baía de Ha Long (2ª maravilha natural do mundo), foi selecionada pela Unesco em sua totalidade em 1986 como Patrimônio da Humanidade.
As Cataratas do Iguaçu foram descobertas no ano de 1542 pelo explorador espanhol Alvãr Nunes Cabeza de Vaca, quando este procurava uma rota rumo à colônia ligando o Atlântico a Assunção. Escondidas no meio da densa floresta, as Cataratas ficaram desconhecidas por muitos e muitos anos. A exploração turística começaria somente em 1901, quando dois viajantes argentinos, Victoria Aguirre e Gibaia y Nuñez, doaram dinheiro para a abertura de um caminho que permitisse acesso às quedas. À época, na margem brasileira, as Cataratas pertenciam à propriedade de um fazendeiro uruguaio de nome Jesus Val.
Em 1916, em visita à então Vila Iguaçu, o inventor do avião, Alberto Santos Dumont, ficou revoltado com o fato de aquele patrimônio natural estar nas mãos de um dono. Santos Dumont então intercedeu junto ao Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, para que a área fosse desapropriada e tornada patrimônio público. Foi assim que, naquele mesmo ano, as terras que abrigam as Cataratas do Iguaçu tornaram-se públicas e, alguns anos mais tarde, foram transformadas em parque nacional.
Povos como os Cainguangues e Tupis Guaranis, que se revezavam na vida ao redor das imponentes quedas do Iguaçu, incorporaram essa maravilha da natureza à sua cultura e crença. Na lenda indígena, as Cataratas foram formadas pela ira do deus em forma de serpente M´Boy. A tradição conta que a jovem e bela Naipi, filha do cacique, havia sido prometida à divindade indígena. Porém, levada pela paixão, Naipi tentou fugir com o guerreiro Tarobá pelas águas do Rio Iguaçu. Ao saber da traição, o furioso M´Boy penetrou as entranhas da terra e, retorcendo o seu corpo, produziu a enorme fenda onde se formou a gigantesca catarata. Envoltos pelas águas, os fugitivos caíram de uma grande altura. Naipi foi transformada em uma das rochas centrais das Cataratas e Tarobá, em uma palmeira situada à beira de um abismo. Na gruta sob a Garganta do Diabo, um monstro vigia o destino eterno do jovem casal.
Iguaçu vem do tupi-guarani e significa “água grande”. No total a região concentra 275 saltos d’água em forma de ferradura, provenientes do Rio Iguaçu. São 19 os saltos principais, cinco deles no lado brasileiro (Floriano, Deodoro e Benjamin Constant, Santa Maria e União) e os demais no lado argentino. O número de quedas varia de acordo com a vazão do rio, sendo superior a 100 na média.
A formação geológica das cataratas data, de acordo com geólogos, de 120 a 150 milhões de anos. Contudo, a formação do acidente geográfico das cataratas é mais recente, tendo iniciado há aproximadamente 200 mil anos.
O cânion que dá suporte ao majestoso espetáculo das águas provenientes do Rio Iguaçu possui uma largura expressiva de 2.780 metros. No território brasileiro a largura total das Cataratas é de aproximadamente 800m e no lado argentino de 1900m.
As águas que encantam nas quedas das Cataratas do Iguaçu surgem a cerca de 900 quilômetros dali. A nascente do Rio Iguaçu está localizada na cidade de Curitiba, no Brasil, e de lá se espalha pelo interior do continente até chegar à região de fronteira com a Argentina. A essa altura, o rio possui 1.200 metros de largura.
A força do turbilhão que cai é tamanha que o som da água batendo nas pedras pode ser ouvido a quilômetros de distância. As partículas de água que se desprendem na queda formam nuvens e arco-íris. Lá embaixo, toda essa água se espreme em um canal de apenas 65 metros de largura.
Assim como a Amazônia (1ª maravilha natural do mundo), tudo é superlativo nesta região do Brasil. Vale a pena elencar as seguintes informações a respeito das Cataratas do Iguaçu:
– A queda d’água brasileira possui o segundo maior fluxo de água do mundo, só perdendo para as Cataratas do Niagára. São 1.746 m³/s contra 2.400 m³/s das Cataratas localizadas na América do Norte;
– No período das cheias, as Cataratas do Iguaçu são a terceira maior catarata do mundo, em volume de água;
– A altura das quedas varia de 40 a 80 metros;
– A principal das quedas d’água é conhecida como “Garganta do Diabo” (que possui forma de “U” e mede 150m de largura por 82m de altura e 700m de comprimento) e fica em território brasileiro;
– As Cataratas fazem parte do Parque Nacional do Iguaçu, criado em 1939 pelo Decreto N° 1.035 – a maior reserva de floresta pluvial subtropical do mundo (o Parque integra o mais importante contínuo biológico do Centro-Sul da América do Sul, com mais de 600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda primitivas);
– A atração já foi eleita o melhor ponto turístico internacional por britânicos e um dos 14 destinos mais românticos do mundo por norte-americanos;
– Os melhores locais para avistar as Cataratas estão no lado brasileiro;
– Um milhão de turistas visitam as Cataratas do Iguaçu anualmente;
– Próxima às Cataratas, onde se encontram os rios Paraná e Iguaçu, está localizada a fronteira que divide Brasil, Paraguai e Argentina;
– Além das Cataratas, é também nessa região que está abrigada a gigante Itaipu, maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia.
Localização Geográfica: Ásia
País: Vietnã
Declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1994, a Baía de Ha Long é um Parque Nacional situado no sudeste asiático, mais precisamente no chamado Golfo de Tuktin, na província de Quàng Ninh, a cerca de 170 km da capital do Vietnã, Hanói. Ha Long” vem do sino-vietnamita e significa “onde o Dragão mergulha no oceano.” Segundo a lenda, quando o Vietnã ainda estava firmando suas fronteiras e tinha que lutar contra diversos invasores, os deuses enviaram uma família de dragões para ajudar a proteger o país. Os animais míticos cuspiram diversas pedras preciosas que se transformaram em rochas de calcário gigantes, fazendo com que os inimigos chocassem seus navios contra elas. Depois de ganha a batalha, a Mãe dos Dragões e os filhotes não quiseram mais voltar para o céu, decidindo ficar aí.
A baía é formada por mais de mil e seiscentas ilhas e ilhotas que espalham-se por 120 km de costa, envolvendo mais de 15 mil m² de extensão. Datando de 500 milhões de anos, elas originaram-se a partir de sedimentos calcários depositados no fundo de um antigo oceano. Como o mar subiu e desceu ao longo de milênios, o calcário macio foi facilmente moldado em enormes monólitos (os geólogos chamam-lhes formações cársicas), como vemos hoje. As formações variam entre 50 a 100 metros de altura; sendo cobertas por vegetação e contendo inúmeras grutas formadas pela ação de ventos e das ondas.
São observadas na região diferentes espécies de mamíferos, répteis e pássaros. No que diz respeito à biodiversidade marinha, ocorrem 60 espécies endêmicas de fauna, 14 de flora, 1000 espécies de peixes e mais de 200 de coral na baía. Cat Ba Island, uma de suas ilhas, é Reserva da Biosfera da ONU e lar de muitas espécies raras.
Em razão da topografia da área e do alto índice pluviométrico, a baía é pouco habitada. Há quatro vilas de pescadores sobre palafitas de madeira, com população controlada de 1.600 habitantes. Os moradores dispõem de alguma infraestrutura, como escola e um barco-mercado, e todo o lixo produzido no local tem que ser levado para terra firme.
Palco de guerras e disputas comerciais no passado é atualmente uma área pacífica e tranquila da Ásia, hospedando vilas flutuantes de pescadores e acolhendo os milhões de visitantes que a escolhem como destino. Apenas de 1995 a 2002 o número de visitantes da região aumentou em 8,5 vezes, passando de 200.000 para 1.7000.000, o que tem contribuído infelizmente para relevantes impactos ambientais, notadamente o despejo de resíduos oleosos e sólidos junto ao mar.
Ha Long distingue-se por possuir imensos e extraordinários pilares de pedra calcária, que só podem ser avistados nesta região do planeta. O local figura merecidamente na lista de maravilhas naturais do mundo, uma vez que suas características cênicas e geográficas são magníficas.
Localização Geográfica: América do Sul
Países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela
Cenário de uma beleza exuberante, a primeira maravilha natural do mundo é um local singular e apreciado em todo o planeta. Com aproximadamente sete milhões de quilômetros quadrados, a Região Amazônica Internacional sobressai-se, concentrando as maiores reservas minerais, naturais e genéticas do mundo.
A história da Amazônia tem o seu início perto da Descoberta do Brasil, no ano de 1541, com a chegada do espanhol Francisco de Orellana e seus homens, que embrenharam-se no continente em direção ao leste, para avaliar a extensão das terras – que deveriam pertencer à Espanha – e descobrir riquezas. Impressionado com o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, o desbravador lembra-se das amazonas – as guerreiras da mitologia grega, daí a explicação para o nome do rio mais caudaloso da Bacia Amazônica, o Rio Amazonas.
Apesar do importante acontecimento, a ocupação do território amazônico só terá início vários anos mais tarde, no século XVII, quando os exploradores começaram a percorrer efetivamente a Amazônia, em busca dos produtos da flora medicinal da região – as “drogas do sertão”. A cidade de Belém, então recém-fundada, era à sua época o ponto de partida de expedições que se aprofundaram pelo interior. Algumas delas atingiram os contrafortes dos Andes, navegando rio acima pelo Amazonas. Várias missões religiosas se estabeleceram no “Meio Norte”, como eram chamados Maranhão e Pará, e na Amazônia, para promover a colonização.
Contudo, o homem irá se estabelecer na região apenas três séculos à frente, na época do regime militar, do milagre econômico e da política de expansão de fronteiras (humana e agrícola), quando houve um forte incentivo à pesquisa na área, sendo realizada a abertura de pontos de pouso de aeronaves, estradas e contato com as comunidades indígenas ali existentes. Os Irmãos Villas-Bôas e a Rodovia Transamazônica (BR-163) serão os principais personagens deste novo período para a Amazônia Brasileira, que acarretará em um forte afluxo populacional para a Região Norte, que culminará na intensificação do desmatamento florestal. Os cinco séculos decorridos desde a descoberta do Brasil tinham contribuído para o desaparecimento de uma área ligeiramente maior que a de Portugal (95 mil km²). Apenas nas últimas décadas, a partir da década de 70, a perda cumulativa resultou numa área equivalente a da França (547 mil km²) – quase 20% da área total da floresta amazônica.
Os principais problemas ambientais que afetam a região atualmente são a degradação provocada pelo corte ilegal de árvores, destinadas ao comércio ilegal de madeira; as queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja) e os assentamentos humanos sem planejamento em função do crescimento populacional na região; ao passo que as principais consequências ambientais são a extinção de espécies vegetais e animais; o desequilíbrio do ecossistema da região; o aumento da poluição do ar nos casos de queimadas e o aumento de casos de erosão do solo.
Uma vez devastado, todo um sistema que a natureza levou centenas e até milhares de anos para construir é permanentemente perdido. O reflorestamento artificial, ainda que contribua para a mitigação do impacto ambiental, não substitui a importância da não devastação das florestas originais, que mantém uma valiosíssima quantidade de recursos tangíveis e intangíveis sob um complexo sistema de relações, tecido ao longo de centenas e até milhares de anos pela natureza. Uma vez rompido o equilíbrio, é gerado muito frequentemente um efeito em cascata, que paulatinamente acarreta sérios prejuízos à fauna e à flora existentes.
Dos 17 países do mundo que têm maior variedade de espécies, cinco são cobertos pela Amazônia – Brasil (1º), Colômbia (3º), Peru (10º), Equador (12º) e Venezuela (14º). Sob todos os aspectos e pontos de vista possíveis, os números da Amazônia impressionam:
Amazônia:
– Ocupa uma área equivalente a 5% da superfície terrestre e 40% da América do Sul – se fosse um país seria o sétimo maior em área;
– Maior floresta tropical do mundo e segunda maior floresta da face da Terra;
– Representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes;
– É considerada a maior reserva de diversidade biológica do mundo, com indicações de que abrigue pelo menos metade de todas as espécies vivas do planeta;
– Possui um terço das árvores do mundo;
– Possui um quinto de toda a reserva mundial de água doce não congelada do mundo;
– É fundamental no equilíbrio climático global e influencia diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina;
– Conta com 33 milhões de pessoas residentes em sua bacia, incluindo aqui 1,6 milhão de povos indígenas de 370 etnias;
– Sua imensa cobertura vegetal estoca entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono.
Rio Amazonas:
– Está situado na bacia amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo – cobre cerca de 6 milhões de km2 e tem 1.100 afluentes;
– Maior rio do mundo em volume de água, despejando 175 milhões de litros de água por segundo no Oceano Atlântico – ou 1/6 da água doce de todo o mundo;
– Segundo maior rio em extensão – perdendo apenas para o Rio Nilo, do Egito;
– Tem mais de 7 mil afluentes, e possui 25 mil Km de vias navegáveis.
Amazônia Brasileira:
– Representa metade do território nacional – uma área equivalente a mais da metade da superfície da Lua;
– É o maior bioma do Brasil: possui um território de 4,196.943 milhões de km²;
– Às suas margens, vivem em território brasileiro mais de 20 milhões de pessoas, incluindo 220 mil indígenas de 180 etnias distintas, além de ribeirinhos, extrativistas e quilombolas. Levando-se em conta toda a bacia amazônica, os números crescem: são 33 milhões de pessoas, inclusive 1,6 milhão de povos indígenas de 370 etnias;
– Abriga 33% das reservas de florestas tropicais mundiais;
– As estimativas do governo é de que existam pelo menos US$ 15 trilhões em reservas minerais e US$ 5 trilhões em madeira sustentável, ou seja que pode ser cotada, vendida e replantada;
– Começou a sofrer um processo mais intenso de desmatamento a partir da década de 1970, época do regime militar, do milagre econômico e da política de expansão de fronteiras (humana e agrícola). De 1550 a 1970 o desmatamento não passava de 1% de toda a floresta. Em apenas 40 anos o número saltou para 17% – uma área equivalente aos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
– Caso fosse totalmente devastada, o Brasil perderia: 79,7% das reservas de madeira; 81% das de água doce; metade das jazidas de ferro; 100% das de estanho; 93% das de alumínio; a maior jazida de sal-gema do mundo (estimada em 10 trilhões de toneladas).
Ademais, dois fatos importantes precisam ser esclarecidos a respeito da região. O primeiro é que, ao contrário do que muitos pensam, a Amazônia não se constitui o pulmão do mundo. Tal concepção errônea começou a se propagar em 1971, ano em que o biólogo alemão Harald Sioli, do Instituto Max Planck, concedeu uma entrevista a um repórter de uma agência de notícias americanas, que equivocadamente, ao transcrever uma das respostas da entrevista, esqueceu a letra C – símbolo do átomo de carbono – da fórmula CO2 (que representa o gás de efeito estufa dióxido de carbono), que ficou no texto como O2, o símbolo da molécula de oxigênio. O segundo é que, em contraste com a sua exuberância, a fertilidade natural dos solos da Floresta Amazônia é baixa. Ela constitui-se em um ecossistema auto-sustentável, ou seja, um sistema que se mantém com seus próprios nutrientes num ciclo permanente, logo, inadequada à produção agropecuária desenfreada.
Chegamos ao final da nossa viagem pelas 7 Maravilhas Naturais do Mundo. Espero sinceramente que você tenha gostado das informações reunidas nesta publicação, que é resultado de vários dias e horas de pesquisa e dedicação. Agradeço ao Guellity Marcel pela oportunidade em escrever no Eu Quero Biologia e deixo o convite para que façam uma visita ao Diário do Verde, blog onde escrevo que irá completar seis anos de existência agora no mês de fevereiro.
Um caloroso abraço a todos,
Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves
Técnico em Meio Ambiente e idealizador do blog ambiental Diário do Verde (www.diariodoverde.com).