Foto: Douglas Fernandes
Com o título em inglês “Sushi for pecaries” o site Science Daily publicou nessa segunda (29/04/2013) uma notícia sobre o registro do fotógrafo Douglas Fernandes de indivíduos de um grupo com mais de 30 queixadas (Tayassu pecari), no Pantanal, juntamente com os membros da equipe de pesquisa da Wildlife Conservation Society – WCS (uma ong que atua com vários projetos pelo país, inclusive o Projeto Queixada, no qual eu pude conhecer e participar por alguns dias).
A novidade só vai ser publicada agora, porém a foto foi tirada em 2011, numa manhã durante as atividades de pesquisas do grupo da WCS e colaboradores. A pesquisa será publicada na última edição da Suiform Soundings (IUCN Pecari Specialist Group Newsletter).
Segundo a Bióloga Drª Alexine Keuroghlian (da WCS, especialista em queixadas, atua no Projeto Queixada) este é o primeiro registro fotográfico dos queixadas se alimentando de peixes: “tanto quanto sabemos, estas são as primeiras imagens de consumo de peixes por queixadas”.
Embora o Dr. Joe Fragoso na Amazônia relatou também este fato, a primeira imagem obtida ocorreu na manhã do dia 17 de agosto de 2011, onde o fotógrafo Douglas Fernandes, do Instituto Arara Azul, parceira da WCS, avistou um grupo de queixadas com cerca de 30 indivíduos no Refúgio Ecológico Caiman, próximo de Miranda – MS, uma das maiores áreas úmidas tropicais do planeta.
No momento do registro os queixadas fugiram quando Douglas se aproximou, mas 5 ficaram dentro da lagoa se alimentando de plantas aquáticas, até que ele notou 3 desses animais capturando um peixe muito comum em todo o estado de Mato Grosso do Sul, a Traíra, ou também conhecida como lobó (Hoplias malabaricus) encontrada comumente em lagoas com pouco oxigênio.
Traíra (Hoplias malabaricus)
Douglas disse que sabia que esse era um comportamento muito raro, porém não tinha conhecimento do fato que ocorria, dizendo pensar ser o primeiro a registrar com imagens esse comportamento.
O queixada é um animal muito comum no pantanal, porém consta como uma espécie “quase ameaçada” na lista vermelha da IUCN, mas atualmente seu estado, sob revisão, está como “vulnerável”.
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