Imagem cedida como cortesia de Javier Ortega-Hernández para a Science
Os trilobitas eram artrópodes exclusivos de ambientes marinhos viventes no período paleozóico. Assim como vários grupos de artrópodes, os trilobitas também possuíam um exoesqueleto composto por quitina e na sua região dorsal havia um acúmulo de carbonato de cálcio.
De um modo geral, seu corpo é dividido em três partes:
- Cefalão ou escudo cefálico: zona anterior da carapaça do animal que abrigava o aparato bucal, olhos, estruturas sensoriais
- Tórax: região onde se localizavam os pares de patas locomotoras bem como os vários segmentos do corpo do animal, que podiam chegar até 20 segmentos individualizados.
- Pigídio: escudo caudal, peça única que se localizava no último segmento do corpo.
Agora que você já sabe quem são os trilobitas, fica mais fácil entender o restante do conteúdo do post, que foi feito com base no post “ScienceShot: Roly-Poly Trilobites” publicado online na revista Science no dia 24 de setembro de 2013, que relata a incrível descoberta do comportamento de defesa dos trilobitas por meio de um grupo de pesquisadores que publicaram o achado na Biology Letters com o título Humble origins for a successful strategy: complete enrolment in early Cambrian olenellid trilobites
Como os trilobitas foram extintos há aproximadamente 250 milhões de anos, os cientistas já realizaram diversos tipos de estudos, porém, nunca se perguntaram o que aconteceria a um trilobita quando estivesse ameaçado, ou, qual seria seu comportamento de defesa nessa condição. Observando e estudando com muito mais detalhes os mais diversos tipos de fósseis de trilobitas, os pesquisadores puderam perceber que, quando ameaçados, estes animais se enrolavam como os tatuzinhos-de-jardim, por entre suas pernas e antenas, formando pequenas bolas apertadas.
O fato de serem encontrados fósseis de trilobitas enrolados não era grande coisa para os paleontólogos, mas aos poucos foi chamando a atenção dos mesmos, porque a maioria dos registros desse comportamento (se enrolar em si mesmo) foram registrados em outras espécies e depois do período Cambriano, que terminou há cerca de 485 milhões de anos atrás. Ou seja, este comportamento característico de defesa é até agora o mais antigo registrado e pertencente aos trilobitas muito antes dos registros em outras espécies do período Cambriano.
Na verdade, eles representam o mais antigo exemplo conhecido do comportamento defensivo em qualquer tipo de animal. Estes primeiros praticantes do comportamento de “se enrolar como uma bola” não haviam dominado totalmente técnica: enquanto seus descendentes poderiam movimentar seus troncos e encapsular seus corpos inteiros, a melhor coisa que esses trilobites mais antigos podiam fazer era basicamente dobrar-se ao meio, como é mostrado na imagem acima. Além do mais, eles precisavam manter seus músculos envolvidos durante todo o tempo que eles queriam manter a posição. Isso significa que quando eles morreram, suas carcaças geralmente se estendiam de novo, o que explica por que o registro fóssil cambriano médio não está cheio de trilobites dobrados entorno de si mesmos. Os espécimes raros encontrados pelos pesquisadores provavelmente foram rapidamente enterrados vivos, preservando suas posições para a eternidade.
Quer saber mais sobre estes organismos? Acesse o artigo:
História natural de Benthana cairensis (Isopoda: Oniscidea) – Visualizar/Baixar
Gostou deste post? Comente abaixo!