InícioAnimais & PlantasQuais são os tipos de predadores na natureza?

Quais são os tipos de predadores na natureza?

Na natureza, dentre as mais diversas relações ecológicas entre as espécies, a predação é uma das mais importantes, pois é a forma no qual a maioria das espécies obtém alimento, necessário para sua sobrevivência, crescimento e reprodução.

Porém, como as espécies são classificadas na natureza quanto ao modo no qual obtém alimento? Diferentemente das palavras que possivelmente vieram na sua cabeça, como “herbívoros, onívoros, carnívoros” e diversas outras, a definição específica vai mais além e é mais abrangente.

Existem basicamente 3 grandes categorias que englobam os organismos e seus diferentes modos de obtenção de alimento: predadores verdadeiros, pastejadores e parasitos.

PREDADORES VERDADEIROS

Em ecologia, este termo é designado para espécies que:

1. Consomem diversos itens de presa ao longo de suas vidas;

2. Capturar e matam quase que instantaneamente suas presas.

Podemos citar os animais carnívoros (que se alimentam de outras espécies) como os leões, tigres, onça, ursos, mas também as baleias que se alimentam de zooplânctons, os zooplântons que se alimentam de fitoplânctons, e assim por diante.

PASTEJADORES

Este termo é designado principalmente para espécies que não matam suas presas, mas que consomem pequenas partes da mesma. Pastejadores são espécies que:

1. Consomem diversos itens ou partes de suas presas;

2. Consomem diversos tipos de presas ao longo de suas vidas;

3. Não matam suas presas, não ao menos imediatamente.

Os pastejadores podem ser considerados os animais herbívoros, que consomem diversas espécies vegetais, mas não necessariamente causa a morte de todos os indivíduos, removendo apenas partes deles. Além dos herbívoros, como cavalo, anta, boi, cervídeos, etc, os gafanhotos também são considerados pastejadores, assim como uma sanguessuga que pasteja determinado animal, utilizando seu sangue como recurso alimentar.

PARASITAS

Estes organismos:

1. Também consomem parte de suas presas ou hospedeiros

2. Geralmente não matam seus hospedeiros, mas podem matá-los

3. Atacam uma ou poucas outras espécies hospedeiras ao longo de suas vidas, com as quais criam fortes relações.

Dentre os parasitas podemos destacar, por exemplo, os helmintos, protozoários intestinais, microorganismos que se instalam no sangue, carrapatos e pulgas, bem como pequenos afídeos que sugam seiva de determinados vegetais, assim como também algumas espécies de plantas que conseguem penetrar suas raízes em outros vegetais, obtendo recursos e sobrevivendo às custas de outras espécies.

Basicamente é isso, porém, cabe ressaltar, que as categorias criadas para classificar os animais quanto à forma de obtenção de alimento, na verdade não indica que as espécies são somente pertencentes àquela categoria onde estão inseridas. Ou seja, esta nomenclatura é apenas uma forma de tentar organizar e compreender as relações ecológicas, e não que seja obrigatoriedade para as espécies serem, por exemplo, somente parasitas ou somente pastejadoras.

O que reforça essa ideia é o fato de que existe uma outra classificação de organismos que apresentam um modo diferente de obter alimento, ao menos em determinados estágios de vida. Estes organismos são, por exemplo, as vespas parasitóides. Esta classificação (parasitóide) se dá por conta do modo como as larvas de algumas espécies de vespas crescem e se desenvolvem, de modo que se assemelham a parasitas: a vespa, após a cópula com o macho, bota seus ovos em lagartas de mariposas ou borboletas, e, quando seus ovos eclodem, as larvas passam a alimentar-se da lagarta que ainda está viva, mas, posteriormente morre!

As larvas da vespa consomem partes da lagarta e causam a sua morte, o que não encaixa as larvas nas categorias citadas anteriormente, como “predadora” ou “parasita”, por exemplo. Deste modo, os livros muitas vezes usam o termo “predadores” para designar tanto predadores verdadeiros, parasitos e pastejadores, pois independentemente do modo diferenciado de obtenção de alimento, eles consomem totalmente suas presas ou apenas parte delas.

A grosso modo, os predadores simplesmente precisam consumir uma outra espécie, ou mais, matando-a ou removendo partes dela. Neste caso, vão surgindo outras classificações mas específicas, como espécies frugívoras, granívoras, insetívoras, piscívoras, carnívoras, etc.

Fonte: Townsend, C. R.; Begon, M.; Harper, J. L. Fundamentos em Ecologia. 3ed. 2010.
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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