O comportamento imprevisível e variado das doenças infecciosas tem preocupado e acarretado uma série de discussões referente às condições de biossegurança nas instituições de ensino, de pesquisa e prestação de serviços.
O profissional responsável por análises físico-químico e bacteriológico de água encontra-se exposto a alguns riscos pertinente ao local de trabalho, sendo riscos biológicos, químicos e de acidentes, os que mais acometem essa classe de trabalhadores.
A Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhadores desenvolvidos (TEIXEIRA & VALLE, 1996).
As medidas de biossegurança devem ser adotadas por laboratórios e associada a um plano de educação, com base nas normas nacionais e internacionais de transporte, conservação e manipulação de micro-organismos patogênicos, garantindo assim a segurança e integridade vital dos funcionários. A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, pois aborda medidas de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde.
Existem situações potenciais de acidentes em laboratórios, pois nele há manipulação de agentes químicos corrosivos, inflamáveis, tóxicos, mutagênicos, teratogênicos e cancerígenos, que podem acarretar dermatoses, leucopenias, plaquetopenias, leucemia, silicoses, além de contaminações por agentes patogênicos em amostras de água ou esgoto contaminado, como o vírus da hepatite A e E, poliomielite, norwalk, rotavírus, enterovírus e adenovírus e por bactérias da espécie Salmonella typhi, Salmonela parathyphi A e B, Shigella sp., Vibrio cholerae, Escherichia colli enterotóxica, Campylobacter sp., Yersínia enterocolítica e Salmonela sp..
Regulamentada a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, sobre as normas de biossegurança, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CNTBio, o Brasil mostrou uma preocupação voltada aos laboratórios e sua segurança, pois além da grande exposição a agente químicos que recebemos no dia-a-dia contido na água, no ar e nos alimentos que são tratados com inseticidas e herbicidas, o trabalhador laboratorial recebe uma carga maior de agentes devido a exposição diária numa jornada de trabalho de 8 horas diárias.
Infelizmente ainda há muitas dificuldades nos departamentos de segurança das empresas para atuar nos laboratórios devidos a alta complexidade de produtos e operações existentes nesses locais. Assim, os profissionais que atuam nesses ambientes tem a obrigação de buscar melhorias e condições possíveis de trabalho para tentar amenizar os riscos e prolongar a expectativa de uma vida longa e saudável.
Referência citada: TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.
Este post foi escrito por
GILMAR SANTANA LIMA (facebook)
Biólogo Sanitarista. Licenciado em Biologia – Faculdade de Tecnologia e Ciencias Especialista em Saúde Coletiva – Hab. Sanitarista – Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC Mestrando em Saúde Pública – Universidade das Americas