Em junho de 2015 cientistas identificaram no cérebro de uma minhoca o primeiro sensor de campo magnético da terra num animal, uma espécie de bússula interna cujo funcionamento era um mistério.
Até então, não se sabia muito sobre como os animais conseguiam orientar-se pelo campo magnético da Terra.
O estudo, publicado na eLife, identificou um sensor do campo magnético terrestre em minhocas Caenorhabditis elegans, tratando-se de uma estrutura miscoscópica no extremo de um neurónio – o AFD, que já era conhecido por ser sensível a níveis de dióxido de carbono e de temperatura – que outros animais provavelmente partilham, uma vez que existem semelhanças entre espécies na estrutura do cérebro.
O sensor funciona como uma espécie de antena de TV em nanoescala, e as minhocas utilizam-no para navegar no subsolo.
“Esta é a primeira descoberta de fato de um neurônio sensor que detecta o campo magnético da Terra. Pássaros, tartarugas, borboletas e muitos outros animais conseguem sentir o campo magnético nas suas migrações. No entanto, continuamos à procura dos neurônios nesses animais”, afirma Jon Pierce-Shimomura, investigador da área de Neurologia na Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Austin, no Texas (EUA), numa entrevista à NPR.
“Isto dá-nos um ponto de partida para a compreensão da sensibilidade magnética em outros animais”, explica o investigador na nota da instituição.
Os investigadores observaram que as minhocas que passaram fome em tubos cheios de gelatina tinham tendência para se moverem para baixo, uma estratégia que poderiam utilizar na busca de alimentos.
Quando os investigadores trouxeram para o laboratório minhocas de outras partes do mundo, no entanto, nem todas se moviam para baixo, mudando de direção de acordo com os campos magnéticos dos seus locais de origem.