Respiração dos répteis
Os répteis dependem quase exclusivamente da respiração pulmonar. Os pulmões dos repteis são mais complexos e eficientes que os dos anfíbios, com maior número de câmaras internas e alvéolos.
Na maioria dos répteis um mecanismo de pressão negativa é responsável pela ventilação dos pulmões. Um movimento das costelas e da parede corporal expande a cavidade torácica, diminuindo a pressão nos pulmões e puxando o ar para dentro deles. O ar é expelido pelo movimento para frente das costelas e da parede corporal, o que comprime os pulmões.
As costelas de uma tartaruga fazem parte da carapaça, portanto, movimento da parede corporal onde as costelas são ligadas é impossível. Elas inalam ar contraindo músculos que aumentam o volume da cavidade visceral, criando pressão negativa para levar ar para os pulmões. Tartarugas exalam ar contraindo músculos que forçam as vísceras para cima, comprimindo os pulmões. Algumas tartarugas também respiram pela mucosa da faringe.
O uso dos músculos do tronco para a respiração cria um problema para os lagartos durante a locomoção, de forma que eles não podem respirar e correr ao mesmo tempo. Assim, eles precisam parar para respirar enquanto se deslocam. Alguns lagartos resolveram esse problema enchendo de ar a região gular da garganta e forçando ar para os pulmões. Assim podem manter as trocas gasosas durante o movimento.
Veja estes vídeos para entender melhor a respiração dos répteis:
Respiração dos anfíbios
Os Amphibia têm um tegumento glandular desprovido de escamas externas e altamente permeável aos gases e à água. Tanto a permeabilidade como a natureza glandular da pele tiveram importância fundamental na formatação da ecologia e evolução dos Amphibia. As glândulas mucosas se distribuem por toda a superfície do corpo e secretam compostos mucopolissacarídicos. A função primária do muco é manter o tegumento úmido e permeável.
Para um Amphibia, pele seca significa redução da permeabilidade. Esta, por sua vez, reduz a ingestão de oxigênio e a capacidade de utilizar o resfriamento por evaporação para manter a temperatura corporal dentro de limites estáveis.Uma interferência com a secreção das glândulas mucosas, produzida experimentalmente, leva ao superaquecimento letal dos anuros na atividade normal de exposição ao sol.
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Tanto a água como os gases atravessam facilmente a pele dos anfíbios. Nos sistemas biológicos, a permeabilidade à água é inseparável da permeabilidade aos gases, e os Amphibia dependem da respiração cutânea para uma parcela significativa de suas trocas gasosas. Embora permita o movimento passivo da
Água e dos gases, o tegumento controla o movimento de outros compostos. O sódio é transportado ativamente da superfície externa para a interna e a uréia é retida pela pele. Essas características são importantes para regular a concentração osmótica e facilitar a ingestão de água pelas espécies terrestres.
Respiração cutânea e pulmonar nos anfíbios
Todos os anfíbios dependem da superfície do tegumento para realizar as trocas gasosas, especialmente para liberação de dióxido de carbono (CO2). O equilíbrio entre a respiração cutânea e a pulmonar varia entre as espécies. Dentro da espécie, o equilíbrio entre a ingestão cutânea e pulmonar de oxigênio depende da temperatura corporal e da atividade do animal.
O coração dos anfíbios tem duas vias de circulação de sangue rico ou pobre em oxigênio. A primeira via é a via pulmonar, onde desembocam as veias vindas diretamente dos pulmões. A segunda é a via sistêmica, que está relacionada com a circulação do restante do corpo, por onde o oxigênio absorvido pela pele irá chegar ao coração.
Quando os pulmões são ventilados continuamente, o sangue rico em oxigênio, que sai do pulmão e chega ao coração pelo átrio direito, é distribuído seletivamente para os tecidos da cabeça e do corpo. O sangue pobre em oxigênio entra pelo átrio esquerdo do coração e em seguida é direcionado até os pulmões, para oxigená-los.
Porém, quando a respiração cutânea está mais ativa que a pulmonar (quando o anuro está debaixo d’água, por exemplo), o maior teor de oxigênio está nas veias sistêmicas que drenam o tegumento. Estas, por sua vez, levam o sangue da respiração cutânea até o átrio direito, enquanto o átrio esquerdo que recebia o sangue com baixo teor de oxigênio fica praticamente vazio. Nesse sentido, o sangue com oxigênio da respiração cutânea juntamente com o sangue do restante do corpo é distribuído para a cabeça e corpo do anuro. No momento da respiração cutânea o fluxo de sangue rico em oxigênio é muito maior que durante a respiração pulmonar.
Veja estes vídeos para entender melhor a respiração nos anuros:
Você também pode ler estes slides, livros e apostilas sobre respiração de anfíbios e répteis:
Répteis: diversidade e caracteres gerais
Sistema respiratório – UFPA
Apostila: Tópicos em fisiologia comparada – USP
Livro: Tópicos em fisiologia comparada – USP
Classe Reptilia: Morfologia e Anatomia