A gametogênse é o processo no qual células germinativas são convertidas em gametas.
O processo que dá origem aos gametas masculinos (espermatozoides) é chamado de espermatogênese e o processo que origina os gametas femininos (oócitos) é chamado de ovogênese.
Células Germinativas Primordiais – CGP
Nos mamíferos, o desenvolvimento começa quando o gameta masculino, o espermatozoide, e o gameta feminino, o oócito, se unem para produzir um zigoto. Posteriormente, um grupo especial de células, as chamadas Células Germinativas Primordiais – CGP serão formadas no epiblasto durante a segunda semana, se movendo até a parede do saco vitelino. Durante a quarta semana essas células começam a migrar do saco vitelino para as gônadas em desenvolvimento, onde chegam ao final da quinta semana. O número de divisões mitóticas aumenta durante a migração e também quando chegam à gônada. Como preparação para a fertilização, as células germinativas passam pela gametogênese, através da meiose, reduzindo o número de cromossomos pela metade, completando a sua maturação através da citodiferenciação.
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Espermatogênese – gametogênese masculina
É o processo de formação de gametas em animais do sexo masculino, que se dá no epitélio germinativo dos canais seminíferos dos testículos. Na maioria dos animais, a espermatogênese ocorre constantemente ou periodicamente. Os insetos requerem dias para completar o ciclo, enquanto os mamíferos requerem semanas ou meses. Na espécie humana, leva-se 74 dias para produzir um espermatozoide a partir de uma espermatogônia primitiva.
Envolve as seguintes etapas:
MULTIPLICAÇÃO: As células iniciais do epitélio germinativo submetem-se a sucessivas mitoses, dando origem a uma população de espermatogônios.
CRESCIMENTO: Os espermatogônios aumentam seus volumes de citoplasma e de núcleo, dando origem ao espermatócito primário que é uma célula capacitada a passar por meiose.
MEIOSE: Na primeira etapa (Meiose I ou etapa reducional) cada espermatócito primário origina dois espermatócitos secundários, e, na segunda etapa (meiose II ou etapa equacional), cada espermatócito secundário dá origem a duas espermátides.
DIFERENCIAÇÃO: As espermátides se diferenciam em espermatozoides, que são constituídos por três partes: a cabeça, a parte intermediária e a cauda.
Na cabeça, encontra-se uma estrutura denominada acrossomo (formada pelo complexo de golgi), que contém enzimas líticas que facilitam a sua penetração no óvulo. O núcleo dirige-se para a extremidade, tornando-se alongado e compacto. A parte intermediária contém o centríolo. A cauda apresenta a bainha externa e o filamento axial.
Cada centímetro cúbico apresenta 60 a 70 milhões de espermatozoides. Em cada ejaculação o homem libera cerca de 3cm3 de líquido seminal. Os espermatozoides resistem a uma temperatura máxima de 45 graus e a zero graus eles sobrevivem vários dias. No interior da vagina, sua vida ativa é de dois dias.
Ovogênese – gametogênese feminina
É o processo de produção de gametas (óvulos) no aparelho reprodutor feminino dos animais. Ocorre no epitélio germinativo dos ovários. Na espermatogênese, quase todo volume citoplasmático das espermátides é expelido. Entretanto, os zigotos, principalmente de animais ovíparos, devem contar com reservas de nutrientes adequadas ao seu desenvolvimento. Assim, a ovogênese, além de produzir os gametas femininos, tem por finalidade garantir que esses gametas contenham quantidade de nutriente satisfatória para o desenvolvimento inicial do embrião.
Envolve as seguintes etapas:
MULTIPLICAÇÃO: A célula inicial do epitélio germinativo passa por várias mitoses, dando origem a uma população de ovogônias.
CRESCIMENTO: As ovogônias aumentam seus volumes nuclear e citoplasmático, dando origem aos ovócitos primários. Nesse caso, muito mais nutriente é acumulado, principalmente nos ovíparos, em que os ovos serão desenvolvidos fora do corpo da mãe. Mesmo em vivíparos, há grande acúmulo de nutrientes, sendo o ovócito primário maior que o espermatócito primário.
MEIOSE: A primeira etapa, ou meiose I, é irregular pela ocorrência de uma citocinese diferencial, que dá origem a um corpúsculo polar e ao ovócito secundário. Essa meiose irregular garantirá um gameta com maior quantidade de nutrientes. Na segunda etapa, ou meiose II, a citocinese também é anômala, de forma que o ovócito secundário dará origem a uma ovótide e a outro corpúsculo polar. Nesta etapa, cada corpúsculo polar dá origem a dois novos corpúsculos polares.
DIFERENCIAÇÃO: A ovótide dá origem ao óvulo, o qual apresenta um núcleo compacto, citoplasma enriquecido, principalmente de ribossomos e RNA. O mRNA necessário para o início da atividade celular e diferenciação no embrião é produzido e estocado no citoplasma do óvulo.
Na espécie humana, a ovogênese inicia-se antes do nascimento. As ovogônias começam a se diferenciar em ovócito primário por volta do terceiro mês de vida intra-uterina. No nascimento, os ovócitos primários estão em prófase I, que só é retomada até a maturidade sexual. A meiose I, para cada óvulo, só é completada pouco antes da ovulação.
Nota: Os termos oogênese, oogônias e oócitos são preferidos pelos estudiosos da reprodução humana, em vez de ovocitogênese, ovogônia e ovócitos.
Para mais detalhes, você também pode assistir estes vídeos:
Este texto contém alguns trechos resumidos ou na íntegra do Laboratório de Genética da Universidade de Viçosa e do livro Langman/Embriologia médica de T.W. Sadler.