No Brasil existem mais de 56.000 espécies vegetais catalogadas. Considerando que no mundo inteiro temos mais de 250.000 espécies vegetais, deduz-se que o nosso país é o detentor de uma diversidade vegetal riquíssima.
As plantas apresentam um poder incrível de adaptação e evolução, pois apesar da grande maioria dos vegetais apresentarem vida séssil, conseguem surpreendentemente promover uma interação com o meio onde estão inseridas, como por exemplo, apresentando reações às mudanças climáticas, estresse hídrico, ataques de herbívoros e pragas diversas.
Algumas plantas apresentam substâncias com potencial inseticida, acaricida ou repelente contra determinadas pragas que são consideradas patógenos. Essas substancias são produzidas através dos metabólitos secundários das plantas.
Os metabólitos secundários são todos os bioativos produzidos pelas plantas que não desempenham papel fundamental as suas atividades vitais, são produzidos pelas células vegetais por processo químico, sendo particulares a um grupo vegetal, característico de uma espécie, gênero ou família. Estão fortemente relacionados com a atração de dispersores de sementes, polinizadores, na competição inter e intra-específica, dentre outras características adaptativas e evolutivas.
Os metabólitos secundários produzidos pelas plantas vêm sendo utilizados pelos humanos há muitos anos, para fins terapêuticos, como método no controle de pragas, abortivos, anticoncepcional, aromatizantes, alucinógenos, dentre outros. Para tanto, a busca da sociedade por alimentos saudáveis, cultivados sem a utilização de agroquímicos, esta fazendo com que pesquisadores voltem seus olhares para a utilização de plantas com bioativos inseticidas possíveis de serem utilizados contra pragas de culturas alimentares.
O uso de inseticidas botânicos é um método alternativo promissor para o manejo de insetos-praga, apresentando várias vantagens em relação aos inseticidas sintéticos, sendo um material de baixo custo, fácil acesso e manipulação, geralmente não tóxicos aos humanos, com efeito específico contra a praga-alvo, podendo ser utilizados especialmente nas pequenas produções rurais, melhorando assim a qualidade dos alimentos consumidos pelos seres humanos.
Este post foi escrito pela Dayane dos Santos, acadêmica de Ciências Biológicas na Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.