O cara colorido da foto abaixo coloca os olhos de todos os outros animais ‘no chinelo’! Considerando que nós, os seres humanos, recebemos informações de cores através de três receptores de cores nos olhos, o camarão mantis (Neogonodactylus oerstedii) têm 16.
Seis destes receptores são capazes de diferenciar cinco comprimentos de onda discretos de luz ultravioleta, os pesquisadores relataram na revista Current Biology. No artigo intitulado Biological Sunscreens Tune Polychromatic Ultraviolet Vision in Mantis Shrimp, os pesquisadores relataram que a super visão do camarão mantis é possível por meio do uso de filtros ópticos específicos de UV (raios ultravioleta) em suas células cone de detecção de cores.
Os filtros ópticos são feitos de aminoácidos mycosporino semelhantes (MAAs), de uma substância normalmente encontrada na pele ou exoesqueleto de organismos marinhos. Muitas vezes referidos como protetores solares da natureza, os MAAs são geralmente empregados protegendo o organismo contra os raios UV prejudiciais ao DNA, no entanto, o camarão mantis os incorporou em filtros de ajuste espectrais poderosos. Embora a razão para a percepção visual complexa do camarão mantis ainda seja mal compreendida, uma possibilidade é que a detecção de UV pode ajudar a visualizar presas que são difícil de ver em recifes de coral. Muitos organismos absorvem luz UV, e deste modo, seria fácil de detectar objetos escuros em um mundo brilhante.
O que é mais interessante, ao meu ver, é o fato de que dentre esses 16 receptores, há somente dois pigmentos visuais de UV na retina, sendo encontrados quatro tipos de filtros ópticos de UV em algumas regiões específicas dos olhos compostos desse camarão. Esses quatro filtros se combinam, proporcionando o ajuste do arsenal de receptores de UV, o que torna a visão desse bicho muito complexa. Fiquei admirado.