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Pteridófitas: Características gerais, reprodução, famílias

Ao contrário das briófitas, as pteridófitas formam o primeiro grupo de vegetais que apresentou um sistema de vasos condutores de nutrientes ao longo da evolução. 
Essa adaptação possibilitou que a água fosse distribuída de forma mais rápida pelo corpo dos vegetais e juntamente com toda estrutura de vasos condutores e células com capacidade de armazenarem substâncias que conferiam maior resistência, o surgimento de plantas de porte mais elevado que as briófitas foi possível.

Esse conjunto de caracteres para o novo grupo de espécies vegetais, possibilitou que as mesmas ocupassem uma gama maior de ambientes terrestres quando comparadas com as briófitas.

Os representantes mais conhecidos deste filo são as samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas. São plantas utilizadas na ornamentação, mas também muito comuns em diversos biomas do país, estando presentes em áreas muito úmidas, geralmente associadas à matas densas próximas à cursos d’água e nascentes.
Elas só possuem folhas, raízes e caules, não possuem flores, sementes e nem frutos. As folhas são chamadas na verdade de fronde e em geral divididas em vários folíolos. O caule da maioria é do tipo rizoma (subterrâneo e com desenvolvimento horizontal), porém em algumas pteridófitas, como os xaxins, o caule é aéreo. A maioria das espécies desse grupo é terrestre, porém, vivem em locais preferencialmente muito úmidos e sobreados, como as briófitas.

REPRODUÇÃO DAS PTERIDÓFITAS
Como vimos na reprodução das briófitas, nessa imagem, podemos observar basicamente 3 fases de reprodução: (1) os espóros caem na água e germinam, originando uma pequena planta (n) que se chama (2) gametófito e possui dois órgãos produtores de gametas masculinos (anterígio) e femininos (arquegônio), que possibilitarão a fecundação dos gametas dos mesmos, originando o  (3) esporófito (2n), que produzirá espóros, e repetindo o ciclo. 
Nas reprodução das pteridófitas ocorre o mesmo processo, porém, após formar o esporófito, há fases e estruturas que são formadas.
Veja a figura abaixo para entender (clique para ampliar):
Note então que após a formação do esporófito, há a formação do rizoma, que é o caule subterrâneo de desenvolvimento horizontal, juntamente com as “folhas” chamadas de fronte, que é uma estrutura fotossintética repleta de soros. Os soros possuem diversos esporângios, estruturas que produzem milhares de espóros. Fácil não é?
Clique para ampliar

É possível observar claramente as simplesiomorfias (características primitivas compartilhadas por táxons que possuem um ancestral comum) ocorrendo entre as briófitas e pteridófitas (compartilhando um mesmo ancestral), um grupo mais novo evolutivamente falando. E podemos também observar as apomorfias (características mais novas/recentes no tempo evolutivo) das pteridófitas em relação às briófitas, como por exemplo o sistema de caule subterrâneo, a formação das frondes repletas de soros, o importante sistema de vascularização, o que permitiu a ocupação de vários ambientes terrestres. Dentre as divisões das pteridófitas, temos as principais: Psilotophyta, Sphenophyta, Pterophyta e Lycophyta.
LYCOPHYTA
Possuem cerca de 10 a 15 gêneros e aproximadamente 1.200 espécies. São herbáceas e apresentam raíz, caule e folhas “frondes” do tipo micrófila. Caule aéreo pode ser ramificado ou não e coberto por folhas micrófilas. Apresentam esporângios (produtores de espóros) reunidos em estróbilos, que são formados pelas micrófilas modificadas. São representadas por 3 famílias: Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isoetacae.


PSILOTOPHYTA
São as mais simples e primitivas dentre as pteridófitas. Não possuem raízes nem folhas, possuem um caule aéreo verde e fotossintetizante. Apresentam os esporângios reunidos em grupos de 2 ou 3.


PTEROPHYTA
São as mais abundantes entre as pteridófitas, representadas pelos xaxins e samambaias. Possuem mais de 11.000 espécies e grande diversidade de formas, habitos, estruturas morfógicas e cores. Podem ser herbáceas até arbustivas e arborescentes entre 1 ou 30 metros, ou mais, de altura. Possuem diversos sistemas radiculares, caule do tipo rizoma e variadas formas, porém não tem crescimento secundário dos seus tecidos. As folhas podem ser simples ou compostas com uma grande variação morfológica. Apresentam os soros (conjunto de esporângios) que variam muito quanto às suas cores, formas e tamanho, presentes em folhas ou ainda em modificadas que são utilizadas na taxonomia entre as famílias. A maioria é homosporada (produz apenas 1 tipo de espóro podendo ser bissexuados ou monosexuados). A divisão pterophyta representa ainda as espécies de pteridófitas aquáticas.


SPHENOPHYTA
São conhecidas como cavalinhas e possuem apenas uma família: equicetaceae. Possuem raízes adventícias e caule do tipo rizoma subterrâneo e podem ter também caule aéreo dividido entre nós, entre-nós e folhas, que são em forma de bainha. São homosporadas e os esporângios ficam reunidos em cavidades chamadas de esporangióforos e essas cavidades se localizam nos estróbilos, a parte reprodutiva das plantas. [Fontes: 1,2,3]
Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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