Conheci recentemente um blogueiro muito carismático e com um coração gigante cheio de amor pela natureza. Seu nome é Antonio Fiorito e ele escreve em seu blog Biodiversidade Teresópolis (http://www.biodiversidadeteresopolis.com.br/) tudo que registra durante suas andanças pela sua querida cidade.
Pelo pouco que conversei com ele, pude ver o quanto o amor pela natureza é algo esplêndido e crucial na conversação da biodiversidade, justamente porque as pessoas não precisam ser biólogas para aprenderem a conservar, preservar e amar todas as formas de vida. E eu percebi isso quando ele me falou em um email, sobre a vespa-zumbi, estudada por um colega alemão na Universidade de Medicina Ambiental de Freiburg. Além de conversarem sobre a vespa-zumbi, segundo Fiorito, eles também conversaram sobre os jardins da universidade que, ao invés de possuírem plantas ornamentais anuais e caras, possuem plantas nativas da região, que são consideradas por lá como “mato”.
Nesta conversa, Antonio ainda me disse sobre o quão importante é ter um jardim assim. Cultivando plantas nativas da região, os jardins automaticamente tiveram custos de manutenção reduzidos pois as plantas não foram consumidas por vários insetos herbívoros porque estão adaptadas ao local e consequentemente possuem uma série de adaptações que permitem a sobrevivência das mesmas no ambiente em que se encontram, sendo capazes de suportar as variações climáticas da região, bem como a ação de herbivoria de outros insetos, possuindo substâncias que conferem proteção e ao mesmo tempo possuindo outras que fornecem alimento para várias espécies de insetos onde muitos podem ser polinizadores naturais.
Os jardins da universidade, passaram a ser uma pequena reserva natural de organismos nativos, abrigando consequentemente várias espécies de insetos, borboletas, aranhas, dentre outros invertebrados e até vertebrados como aves e morcegos nectarívoros.
Pudemos então chegar num mesmo ponto de vista nesta conversa: as pessoas não valorizam as coisas simples da vida, como a beleza natural de sua região, preferindo, por exemplo, ter um jardim de espécies “lindas”, cobiçadas e caras que são exóticas e típicas de outras regiões.
O interessante é que as pessoas que vivem onde estas plantas são endêmicas não as trocam por outras aqui do Brasil, pelo contrário, elas valorizam a riqueza de espécies que possuem. Do mesmo modo, nós poderíamos fazer muito bem isso aqui, porém, a maioria das pessoas sequer tem interesse em saber quais plantas nativas aqui do país podem ser utilizadas na ornamentação de jardins e o pior, elas sequer pensam na biodiversidade que poderiam ter em suas casas, porque os insetos são “horríveis”, “venenosos”, etc, tendo total desinteresse pelo que temos de bonito à nossa frente todos os dias.
Fonte das imagens: VivaTerra – Ornamentais Nativas do Brasil
Não queremos que as pessoas amem insetos, aranhas, escorpiões, e outros organismos que são temidos pela maioria, pelo contrário, nós apenas queremos que as pessoas possam enxergar a própria natureza à sua volta como algo lindo e muito digno de ser amado e respeitado. Eu e o Antonio, por exemplo, pensamos assim, agimos assim o tempo todo, e isso nos faz ver a vida de outra forma, onde os bens materiais e o status social pouco importam, e passamos apenas a deixar aflorar o amor maior pela vida e a natureza que nos cerca.
Se todas as pessoas tivessem um pouquinho desta consciência, com certeza o mundo seria um pouco melhor, porque querendo ou não, todos nós somos consumistas, mas as pessoas consomem sem pensar no futuro que terão, no planeta que deixarão para seus filhos e netos, elas apenas querem viver o momento, porque ser consumista, ter bens materiais e status é o único caminho para a felicidade. O que não é verdade. Isso é algo imposto pela sociedade, ninguém precisa de bens materiais e status para ser feliz, apenas precisamos ter o básico que nos confira conforto, comodidade, enfim, qualidade de vida.
Agora, eu lhe pergunto: o que seria qualidade de vida para você? Ser rico, ter uma casa gigante, apartamento na praia, carrão importado, fazendas, comer em locais caríssimos? Ainda assim, você seria feliz com tudo isso, ou viveria querendo acumular mais e mais bens materiais? A sua felicidade entraria onde neste contexto?
O que quero deixar neste post, é apenas um recado, ou talvez até uma dica para aqueles que vivem a vida pensando na conquista de bens materiais e status social e não dão a mínima para o meio ambiente e a própria sociedade. Que você consiga amar a vida sob todas as suas formas, que passe a enxergar a beleza natural que tem todos os dias ao seu redor e que isso seja uma fonte de paz e consequentemente te faça enxergar que nada nesta vida é para sempre, você apenas levará consigo o seu espírito (alma) e ela é o que importa. Não seja moldado pela pressão que a sociedade faz, seja uma pessoa diferente, e ao invés de contribuir com o aumento do consumismo e consequentemente o aumento da destruição do nosso planeta, seja parte da pequena fração de pessoas, assim como eu e o Antonio, que não se importam com bens materias e status social, mas sim com a prática do amor sob todas as formas de vida.
Comece pelo seu próprio jardim, cultive nele o que nós chamamos aqui de “mato”. Que tal?