Cientistas publicaram recentemente na revista The Journal of Experimental Biology um artigo com o título “Pectoral fins aid in navigation of a complex environment by bluegill sunfish under sensory deprivation conditions” com a espécie de peixe “bluegill sunfish” de nome científico Lepomis macrochirus, notável por seu corpo liso e amarelo, ventre laranja ou avermelhado, que habita lagos com inúmeras rochas que bloqueiam seu caminho nas áreas em que se desloca.
Com certeza você já levantou tarde da noite para ir até a geladeira com sua casa toda escura, e para chegar até ela ou até mesmo na tentativa de acender o interruptor de luz, deve ter esbarrado em algo, num vaso de planta ou num quadro, e tateando os objetos durante o percurso você consegue chegar até a geladeira. Não importa a ausência da luz, mesmo você estando no escuro, é possível que tenha conseguido se orientar e chegar até a geladeira por estar num ambiente totalmente conhecido por você. Você sentiu o caminho sem vê-lo totalmente e chegou até a geladeira tateando a parede ou os objetos enquanto se deslocava, sem enxergar nada. Do mesmo modo, alguns cientistas pensaram: será que os peixes de lagos muito rochosos e com baixa luminosidade conseguem se movimentar sentindo os obstáculos em sua volta?
Interessados em descobrir a resposta para essa pergunta, os cientistas criaram um experimento em laboratório com dois indivíduos da espécie citada, veja o vídeo logo abaixo.
Os dois indivíduos receberam injeções sedativas no sistema nervoso, de tal modo que anulasse a sensibilidade da linha lateral, uma importante estrutura sensorial que os peixes possuem para auxiliar na movimentação. As luzes do local também foram apagadas e o peixe durante o experimento contaria apenas com suas barbatanas.
Como o vídeo mostra, o peixe se desloca vagarosamente e ao longo do seu percurso vai tateando com as barbatanas os obstáculos inseridos no aquário, conseguindo completar seu percurso. Desta forma, os cientistas concluíram que assim como nós humanos tateamos objetos ao longo de um caminho escuro, os peixes também fazer isso com auxílio de suas barbatanas. Os pesquisadores acreditam que esta descoberta possa melhorar o desenvolvimento de peixes robóticos e outras criaturas mecânicas.
Fonte: Science / Biology