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Seu celular e a biodiversidade

Este título um tanto provocante pode ter te trazido aqui para ler o post provavelmente porque você já deve estar por dentro das estatísticas mundiais que indicam que existem mais celulares do que pessoas no planeta. Ah, mas isso é óbvio, claro, hoje todos estão utilizando o quinto, ou sexto, ou até mais, aparelho celular. No Brasil, as estatísticas apontam 3 celulares para cada 2 pessoas.

Segundo o site do IBGE (2013) o país possui cerca de 194 milhões de habitantes, o que dá um número de quase 300.000.000 milhões de aparelhos celulares somente aqui, e este número é pequeno.

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Mas o que tem a ver o seu celular com a biodiversidade?
É bem simples, e até mesmo eu, que tenho um celular tijolinho samsung, daqueles com toques monofônicos e que só pega rádio FM, fiquei com vontade de ter um bom celular.
Lendo o blog Crônicas Dum Biólogo Qualquer, especificamente lendo o post “O elo perdido” do professor Raul C. Pereira, eu achei interessantíssimo todo o conteúdo e decidi escrever este post com base no que ele expôs em seu texto.
Ele relata a quantidade imensa de aplicativos e funções que um celular pode ter, porém destaca a importância deste aparelho na conservação da biodiversidade. Mas como assim?
É simples, Raul diz:

Uma das funções mais usadas nos celulares é a câmera fotográfica. Repare quantas fotos existem no facebook de pessoas no espelho do banheiro segurando um celular. Fora isso, a possibilidade de registrar imagens e vídeos a qualquer momento através de uma câmera de celular levou ao crescimento exponencial de vídeos com pessoas caindo, falando coisas polêmicas ou dançado bêbadas em cima de mesas. Bem, mas essa capacidade que as câmeras de celulares têm de monitorar qualquer coisa a qualquer hora também tem um papel importante.

E é verdade, sabemos disso, o tempo todo nossos amigos no facebook postam suas fotos de comida no instagram, e esta ferramenta mundialmente popular está interligada com os celulares.
Então, uma certa pessoa pensou: Vou criar um site onde as pessoas que curtem a natureza possam tirar suas fotos e publicá-las através, ambas vão trocando informações e isso ajudará na conservação da biodiversidade. Exatamente nisso que pensou o dono do site Inaturalist (www.inaturalist.org). E claro, existem muitos outros sites com esta finalidade como verá mais abaixo.
A ciência cidadã, ou seja, a participação da sociedade e sua contribuição para com a ciência, é abordada por Raul, e em seu texto ele relata que mesmo havendo críticas sobre a ciência cidadã, este caminho é coerente para a preservação da biodiversidade, tendo em vista que na teoria é a sociedade que fornece a matéria-prima (problemas e questões) e muitas vezes financia a busca por respostas.
Deste modo, voltando ao título do post a tecnologia modifica muito as populações, muda o rumo da evolução da humanidade, ao mesmo tempo ela pode ter uma pequena, uma mínima parcela de contribuição para a conservação da biodiversidade, mesmo que não seja de forma científica. Seu celular e você podem ser ferramentas importantes na conservação das espécies que você for fotografando, isso pode despertar a curiosidade de outras pessoas sobre elas, pode fazê-las querer fotografar também as espécies que encontrarem e isso simplesmente as fazem ver pequenos detalhes da natureza que todos os dias passaram despercebidos. Do mesmo modo como o Instagram se tornou uma febre, onde as pessoas compartilham suas fotos o tempo todo, porque não usar o poder maciço da rede social e principalmente da internet para a preservação da biodiversidade?
Existem vários sites como o Inaturalist, Raul cita alguns:
E eu conheço outros também, como:
Skaphandrus (www.skaphandrus.com) que contém fotos de mergulhadores profissionais, inclusive de muitos biólogos, que fazem seus registros durante os diversos mergulhos que realizam. Neste site há a identificação das espécies, uma boa taxonomia. Existem fotos de nudibrãnquios, peixes, tartarugas, estrelas-do-mar e tudo quanto é tipo de organismo existente no fundo do oceano.
Tem ainda o Wiki Aves (www.wikiaves.com), um importantíssimo site gerenciado por vários profissionais ornitólogos e aberto à qualquer pessoa, onde estes podem registrar suas fotografias das aves que encontram, adicionar locais, criar mapas. É muito interessante.
Outro site que eu sempre visito é o 500.px (www.500px.com) existem milhares de fotos de extrema qualidade e tiradas por fotógrafos profissionais, alguns biólogos também fazem seus registros e algumas vezes inserem os nomes científicos das espécies.
É claro que nestes sites há fotos profissionais, porém, existem fotos tiradas por celulares com muita qualidade. O que realmente importa é o registro da espécie e o compartilhamento na internet, a participação da sociedade, isso é o que vale.
Raul diz em seu post que há um imenso abismo entre os problemas/questões que a sociedade gera e as soluções/respostas que os cientistas levam até elas, o que é uma grande verdade. Mas independentemente disso, tanto Raul como eu, nos preocupamos com isso e através de nossos blogs queremos levar à sociedade, principalmente aos leigos, a ciência, para que seja compreendida de uma forma mais fácil. Os cientistas e a sociedade estão extremamente interligados por um lado e extremamente distantes por outro, cabe à nós, que conseguimos perceber isso, levar a todos a ciência para que seja compreendida, o que contribui para ampliar a ciência cidadã.
Os celulares vão continuar sendo usados para compartilhar fotos de baladas, cerveja, festas, comidas, mas uma pequena parcela também continuará compartilhando ciência, e qualquer ajuda à natureza é bem-vinda para que a conservação da biodiversidade aconteça. Espero que o número de pessoas interessadas em ciência, nas variações de formas de vida existentes no planeta, aumente a cada dia que passe e que a tecnologia, independentemente de seus avanços, continue contribuindo com uma pequena parcela na conservação da biodiversidade por meio da ciência cidadã.
Confira o post “O elo perdido” na íntegra.
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Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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