Figura ilustrativa representando o âmnion presente nos animais Amniotas (Répteis, aves e mamíferos). |
Os embriões dos não amniotas são cobertos e protegidos por membranas produzidas pelo trato reprodutivo da fêmea. Esta é a condição encontrada entre os invertebrados parentes de vertebrados e retida nos vertebrados aquáticos viventes, peixes e anfíbios.
Feiticeiras e Lampreias – Myxinoidea e Petromyzontoidea
Lampreias e feiticeiras são animais alongados, desprovidos de membros e escamas, viscosos, e sem a presença de tecidos internos duros. São necrófagos ou parasitas e apresentam especializações para estes papéis. Feiticeiras (cerca de 50 espécies) são marinhas e vivem na plataforma continental e no mar aberto até profundidades de 100 metros ou mais. Em contraste, muitas das 40 espécies de lampreias são formas migratórias que vivem nos oceanos e se reproduzem nos rios.
Feiticeiras e lampreias são únicas entre os vertebrados atuais, uma vez que carecem de maxilas; este aspecto toma-as importantes no estudo da evolução dos vertebrados. Lampreias e feiticeiras têm sido tradicionalmente reunidas como agnatas (Grego a = sem, gnathos = maxila) ou ciclóstomos (Grego cyclos = circular, stoma = boca), mas provavelmente não intimamente relacionadas entre si, e sim ao contrário, representam duas linhagens evolutivas independentes.
Lampréia |
Feiticeira (observe a diferença do aparelho bucal em comparação com as lampréias) |
As feiticeiras não possuem muitas das características dos vertebrados; por exemplo, não possuem qualquer traço de vértebras e às vezes são classificadas como Craniata, porém não como Vertebrata. Em contraste, as lampreias possuem vértebras rudimentares, bem como muitos outros caracteres que compartilham com os vertebrados com maxilas. A condição agnata, tanto de feiticeiras como de lampreias, entretanto, é ancestral.
Tubarões, Raias e Quimeras – Chondrichthyes
O nome Chondrichthyes (Grego chondros = cartilagem e ichthyes =peixe) refere-se ao esqueleto cartilaginoso destes peixes. Tubarões e raias formam um grupo chamado Elasmobranchii, (Grego elasmos = placa e branchi = brânquia), mas esses dois tipos de elasmobrânquios diferem na forma do corpo e hábitos. Os tubarões têm uma reputação de ferocidade que a maioria das 400 espécies atuais teria dificuldade em manter.
Muitos tubarões são pequenos (15 centímetros, ou menos), e a maior espécie, o tubarão-baleia – que atinge mais de 10 metros de comprimento – é um filtrador que subsiste do plâncton que retira da água. As aproximadamente 450 espécies de raias são achatadas dorsoventralmente, frequentemente de hábitos bentônicos, que nadam por meio de ondulações de suas nadadeiras peitorais extremamente amplas.
Há aproximadamente 30 espécies do segundo grupo de condrictes, as quimeras. O nome do grupo Holocephalii, (Grego holos = inteiro e chephalus = cabeça), refere-se a uma cobertura branquial única que se estende por todas as quatro aberturas branquiais. Esses são peixes marinhos bizarros com caudas longas e delgadas, e faces com características que lembram coelhos. Eles vivem no fundo oceânico e se alimentam de presas com conchas duras, tais como crustáceos e moluscos.
Peixes Ósseos – Osteichthyes
Os peixes ósseos (Grego osteos = osso e ichthyes = peixe) são tão diversificados que qualquer tentativa de caracterizá-los de modo resumido está condenada ao fracasso. Duas grandes categorias podem ser reconhecidas: peixes de nadadeiras raiadas (Actinopterygii; Grego actinos = raio, pteron = asa ou nadadeira) e os peixes de nadadeiras lobadas ou peixes de nadadeiras carnosas (Sarcopterygii; Grego sarcos = came). Os peixes de nadadeiras raiadas sofreram uma extensa radiação, tanto na água doce como no mar. Mais de 27.000 espécies de peixes de nadadeiras raiadas foram identificadas e alguns milhares de espécies adicionais podem ainda ser descobertas. Um único projeto, o Census of Marine Life (Censo de Vida Marinha), está descrevendo anualmente de 150 a 200 espécies de peixes de nadadeiras raiadas previamente desconhecidas.
Dois grupos principais podem ser reconhecidos entre os actinopterígios. Os Chondrostei (“bichirs”, esturjões e peixes-espátula) incluem cerca de 35 espécies consideradas sobreviventes de uma radiação inicial dos peixes ósseos. Os “bichirs”(aproximadamente 10 espécies) habitam brejos e rios da África; são conhecidos como “peixes de junco” africanos no comércio de aquários.
Os esturjões (25 espécies) são grandes peixes com boca protrátil, desprovida de dentes, utilizada para sugar itens alimentares do fundo dos corpos d’agua. Os esturjões são a fonte do caviar – ovos retirados da fêmea antes da ovipostura.
Obviamente este processo mata a fêmea do esturjão, e muitas espécies quase têm sido levadas à extinção por meio de pesca excessiva. Os peixes-espátula (duas espécies, uma na drenagem do Mississipi da América do Norte e a outra no Rio Yangtze da China) têm um focinho em forma de espátula, contendo órgãos que localizam presas por meio da percepção de campos elétricos. Os Neopterygii, a radiação moderna de peixes de nadadeiras raiadas, podem ser divididos em três linhagens. Duas destas – os “gars” (Lepisosteiformes, 7 espécies) e “bowfin” (1 espécie, Amia calva) – são relitos de radiações anteriores. Estes peixes possuem corpo cilíndrico, escamas espessas e maxilas armadas com dentes afiados. Capturam a presa com uma rápida investida e golpe de sua boca, não apresentam as especializações do aparelho maxilar que permite, aos peixes ósseos mais especializados, utilizar métodos mais complexos de alimentação.
A terceira linhagem de neopterígios, os Teleostei, inclui mais de 27.000 espécies de peixes que apresentam qualquer combinação imaginável de tamanho do corpo, habitat e hábitos. Os peixes mais familiares são teleósteos – a truta, a perca e aqueles procurados pelos pescadores; a solha (um tipo de linguado), o peixe-espada, usado como símbolo por muitos restaurantes de frutos do mar; e o salmão e o atum, cujos sub-produtos são encontrados na ração enlatada para gatos.
Modificações da forma do corpo e do aparelho maxilar permitiram que muitos teleósteos se tomassem altamente especializados em sua natação e nos hábitos alimentares. Somente oito espécies de peixes com nadadeiras lobadas sobrevivem, as seis espécies de peixes pulmonados (Dipnoi) encontradas na América do Sul, África e Austrália e as duas espécies de celacantos (Actinistia), uma de águas profundas do leste da África e uma segunda, recentemente descoberta perto da Indonésia.
Estes são os peixes viventes mais proximamente aparentados com vertebrados terrestres, e uma visão mais refinada da diversidade dos sarcopterígios inclui seus descendentes terrestres – anfíbios, mamíferos, tartarugas, lepidossauros (tuatara, lagartos e cobras), crocodilos e aves. Desta perspectiva, peixes ósseos incluem duas radiações evolutivas principais, cada uma contendo mais de 25.000 espécies viventes.
Salamandras, Rãs e Cecílias – Urodela, Anura e Gymnophiona
Estes três grupos de vertebrados são popularmente conhecidos como anfíbios (Grego amphis = dupla e bios = vida), devido às suas complexas histórias de vida, que freqüentemente incluem uma forma larval aquática (a larva das salamandras e cecílias, e o girino de sapos e rãs) e um adulto terrestre.
Todos os anfíbios têm pele nua (ou seja, sem escamas, pêlos, ou penas), que é importante na troca de água, ions e gases com o meio ambiente.
Salamandras (mais de 500 espécies) são animais alongados, a maioria terrestre, e usualmente com quatro membros (patas); os anuros (rãs, sapos, pererecas – cerca de 4800 espécies ao todo) são animais de corpo curto, com cabeça grande e membros pélvicos longos, usados para andar, saltar e escalar; e as cecílias (cerca de 165 espécies) são animais ápodes aquáticos ou escavadores.