Levantamento realizado por pesquisadores do Paraná vai determinar a quantidade de espécies de mamíferos de médio e grande portes que vivem nas poucas áreas protegidas de Mata Atlântica no estado, no intuito de desenvolver práticas de monitoramento desses animais e conter a caça predatória.
A partir dessas informações, serão formulados projetos de reforço na fiscalização ambiental, além de aumento na proteção de regiões classificadas como áreas de conservação.
O mapeamento, que conta com o apoio da Fundação O Boticário, é realizado em quatro reservas paranaenses, que somadas abrangem uma área de 200 km² (11 vezes o tamanho da Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco).
Nesses locais, segundo a pesquisa, vivem exemplares de onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), anta (Tapirus terrestris) e outros animais classificados como vulneráveis ou em perigo de extinção pela lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Exemplar de anta, considerado o maior mamífero da América do Sul, é fotografado por câmera sensível ao calor em área de Mata Atlântica no Paraná (Foto: Divulgação)
Entre os principais problemas detectados nessa região estão a pressão humana (desmatamento ilegal) e a presença de animais domésticos, que podem transmitir doenças às espécies e contribuir para a redução da oferta de alimentos para os mamíferos pesquisados.
“Queremos saber se, mesmo com a criação de uma reserva, ainda existem práticas ilegais ou ameaças constantes. Mas para isso, precisamos conhecer a distribuição dos animais pela floresta”, afirma.
Rastros
Com a ajuda de 11 guarda-parques, além de câmeras fotográficas sensíveis ao calor, os pesquisadores já conseguiram identificar a presença da queixada (Tayassu pecari), da anta e da onça-parda nessas regiões. Rastros de animais também são seguidos, o que contribui para a coleta de dados e localização de espécies.
Com isso, segundo Fusco, constatou-se a diminuição da população da onça-pintada (Panthera onca), espécie fortemente afetada pela caça predatória.
“Já esperávamos por isso. Os poucos exemplares sobreviventes podem ter se espalhado por áreas remotas de floresta. Por isso precisamos de políticas públicas de fiscalização para conter a caça e restaurar o habitat desses animais”, explica.
Fonte: Globo Natureza.
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