Cientistas britânicos que estão fazendo a primeira exploração nas águas profundas da Antártida descobriram um mundo diferente de qualquer coisa já encontrada em outras fontes hidrotermais: uma área povoada por novas espécies de anêmonas, estrelas do mar predadoras e caranguejos yeti que se unem em pilhas, uns em cima dos outros.
“Era quase como uma visão de outro planeta”, disse o líder da expedição Alex Rogers, professor de zoologia na Universidade de Oxford.
Mesmo no mundo de arregalar os olhos das profundidades da Antártida, as novas espécies descobertas se destacam, como as espécies até então desconhecidas de caranguejos yeti encontradas em torno das águas quentes provenientes do fundo do mar. Muitos desses animais nunca haviam sido observados em nenhuma outra fonte hidrotermal de nenhum oceano.
Os novos caranguejos yeti descobertos parecem cultivar “jardins” de bactérias em seus peitos, que são cobertos com tentáculos peludos. Essas bactérias devem fornecer sustento aos caranguejos. Eles certamente vivem unidos uns ao lado dos outros para sobreviver ao frio. Já a nova estrela-do-mar predadora encontrada se alimenta dos infelizes caranguejos.
Essas comunidades de animais são diferentes de qualquer outra já vista em locais parecidos. Em 1999, pesquisas de mapeamento da Antártida sugeririam onde poderia haver fontes hidrotermais, mas só dez anos depois os pesquisadores voltaram para uma expedição, levando câmeras para duas áreas, de 2,6 mil metros e 2,4 mil metros de profundidades.
No mundo profundo da Antártida, a energia não vem do sol, mas vem da energia hidrotermal gerada na crosta oceânica. Embora a temperatura do fundo do oceano na área seja de zero grau Celsius, jatos de água tão quentes quanto 382 graus são existentes nas fontes hidrotermais.
Ao contrário das aberturas em outros oceanos, as da Antártida têm poucos mexilhões e camarões. Em vez disso, a área abriga novas espécies de cracas e anêmonas, assim como um grande caracol marrom sem casca. Os pesquisadores ainda descobriram pálidos polvos no fundo do mar.
Como os seres humanos estão explorando as águas profundas cada vez mais para a pesca, petróleo e mineração, a compreensão de como as espécies são dispersas pelos oceanos é crucial, afirmam os pesquisadores. [LiveScience]
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