Os vírus são organismos muito simples.
Não possuem a organização celular, metabolismo próprio e também não são capazes de se multiplicar sem uma célula hospedeira. Isso que os torna totalmente diferente dos demais seres vivos.
São considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Possuem como material genético o DNA e o RNA, mas, os dois tipos nunca ocorrem juntos no mesmo vírus. Podem ser responsáveis por diversas doenças em animais e plantas.
Os vírus são básicos e ao mesmo tempo muito complexos! Eles funcionam como se fossem uma caixa com um manual de instruções para se produzir mais caixas com manuais. Ou seja, eles invadem as células hospedeiras e com toda a “maquinaria” delas geram novos vírus, pois eles por si só não podem se replicar. Injetar seu material genético (DNA ou RNA) nas células hospedeiras é a única forma de gerar novos vírus.
TIPOS DE VÍRUS
Como os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação, eles possuem uma adaptação muito interessante: diversas enzimas poderosas.
Estas enzimas são importantíssimas porque podem, no caso dos retrovirus, sintetizar DNA à partir do RNA viral, como o vírus do HIV. Este processo se chama retrotranscrição. Já outros vírus, chamados de adenovírus, realizam a transcrição, ou seja, sintetizam RNA à partir de DNA.
Existem vários tipos de vírus e a classificação ocorre através de uma série de características dos mesmos, como por exemplo, o tipo de ácido nucléico que possuem, o tipo de células que infectam e as suas características estruturais principais (cápsula). São conhecidos cerca de 30 grupos de vírus.
Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e “injeta” o seu material genético ou então entra na célula por englobamento – por um processo que lembra a fagocitose, a célula “engole” o vírus e o introduz no seu interior. Eles são os menores organismos conhecidos, sendo visualizados somente no microscópio eletrônico. São tão pequenos que podem penetrar em bactérias da menor bactéria que se conhece.
Segundo o Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, os vírus são classificados do seguinte modo:
A classificação taxonômica dos vírus é recente e não segue uma regra de nomenclatura como a binominal de Lineu. As regras de nomenclatura viral são regidas pelo International Committee on Taxonomy of Viroses – ICTV, criado em 1966. A classificação viral inicia-se por ordem e os nomes de ordens, famílias, subfamílias, gêneros e espécies são escritos em itálico e com a primeira letra maiúscula. Os nomes ainda não reconhecidos aparecem entre aspa, em tipo comum.
O ICTV reconhece três ordens, são elas: Caudovirales, Mononegavirales, e Nidovirales. De um modo geral, a ordem Caudovirales inclui os bacteriófagos, a Mononegavirales inclui os vírus que infectam plantas e animais e a ordem Nidovirales inclui os vírus hospedeiros de vertebrados. São 73 famílias, nove bfamílias, 287 gêneros e mais de 5.450 vírus pertencentes em mais de 1.959 espécies.
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OS VÍRUS SÃO SERES VIVOS?
Os vírus são formas de vida muito diferente, estando no limite do que sabemos sobre “vida”. Eles não se parecem com nenhum outro organismo na face da terra, simplesmente são constituídos por uma cápsula que contém seu DNA ou RNA, nada mais! Não possuem membranas nem organelas. Por este fato, existem grandes debates na comunidade científica que envolve a questão: os vírus são seres vivos?
Os cientistas que acham que os vírus não são vivos explicam que um organismo, para ser considerado um ser vivo deve possuir algumas características comuns, que são:
– Habilidade de importantes nutrientes e energia do ambiente
– Devem possuir metabolismo próprio
– Devem fazer parte de uma linhagem contínua, sendo originados de seres semelhantes
– Devem ser capazes de gerar outros indivíduos férteis através da reprodução, etc
Existem ainda outras características que os pesquisadores relatam para organismos vivos, e, neste caso, mesmo o vírus preenchendo estas citadas acima, existem várias outras que eles não preenchem, como a ausência de metabolismo próprio.
Outros pesquisadores, que não concordam com esta ideia, dizem que pelo fato dos mesmos se reproduzirem e gerarem novos indivíduos que poderão gerar também outros indivíduos, os vírus deveriam ser considerados “partículas infecciosas” ao invés de seres vivos. Outros cientistas ainda consideram o fato de que a presença massiva de vírus em todos os reinos da natureza os torna seres tão antigos quanto as primeiras formas de vida que já existiram, e consideram também a sua importância na história de vida de diversas outras espécies.
A definição de vida ainda é muito complicada e complexa, assim como é a definição de espécie e, neste caso, uma definição de vírus ainda é complicada.
CICLO REPRODUTIVO DO VÍRUS
Por serem parasitas intracelulares obrigatórios, em decorrência da ausência de hialoplasma e ribossomos, os vírus não possuem um metabolismo próprio e são incapazes de executar o ciclo de vida. O vírus necessita desses componentes e, ele os encontram nas células dos seres vivos! Assim sendo, através de materiais de células e de sua “maquinaria”, o vírus é capaz de ter seu material genético multiplicado e organizado, gerando mais vírus.
São quatro as fases do ciclo de vida de um vírus:
1. Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em seguida a penetração através da
membrana celular.
2. Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença ou atividade.
3. Multiplicação: ocorre a replicação do ácido nucléico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os ácidos nucléicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo novas partículas de vírus.
4. Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias.
VÍRUS E AS DOENÇAS
Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, caxumba, gripe, dengue, poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS e catapora.
Existem milhares de vírus diferentes que estão adaptados e infectam células diferentes com metabolismos totalmente diferentes. São capazes de sofrer mutações, como o da gripe H1N1, e diversos outros casos em que vírus extremamente semelhantes voltam a infectar pessoas. Como as vacinas são desenvolvidas para combater determinado vírus, uma mutação nele pode fazer a vacina produzida ser totalmente ineficaz. Esta é uma parte muito ruim dos vírus! Porém, existe a parte boa também,
A parte boa é que centenas de vírus estão especializados em infectar bactérias, agentes que podem causar várias doenças no homem como salmonelose, cólera, colibacilose e ainda um grande número de bactérias que causam infecções de feridas, etc.
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