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Sistema Respiratório de Répteis e Anfíbios – Comparação

NOTA: Este post foi escrito quando eu ainda estava no segundo ano da graduação (2012), logo, está muito simples e contém poucas informações. Recomendo que leia o post mais atual.
Pessoal hoje vou escrever um post bacana sobre o sistema respiratório de anfíbios e répteis, vou fazer algumas comparações para que possam entender melhor as adaptações desses animais ao longo da evolução.
 
Anfíbios
Os anfíbios são animais de pele fina e úmida, que vivem em diferentes ambientes. Estes animais são dotados de diversas especializações, na qual se destaca a respiração cutânea e a constante umidade produzida por células que secretam muco em toda superfície corporal. A característica principal desses animais é a pele fina, corpo pequeno e grande dependência da água.
 
A umidade vêm destas células que secretam muco. Este muco é composto por glicose, no qual retém a umidade do ar e permite a entrada de água e oxigênio através de difusão pela fina superfície corporal destes animais. Algumas destas células mucosas se diferenciam em células produtoras de uma substância tóxica, que é impalatável para os predadores. Só pra constar, nunca chame de “veneno” esta substância, pois a definição de veneno em termos biológicos é bem diferente disto.
 
 
Os anfíbios possuem um método de controle do pH sanguíneo. Pra quem não sabe pH é o Potencial Hidrogeniônico, ou seja a quantidade de Hidrogênio (vai de 0-14, de 0-7 ácido, de 7-14 básico). Para controlar a quantidade do pH eles inspiram pelas narinas e também pela boca, em seguida o ar flui para os pulmões, ocorrem as trocas gasosas e depois quando o ar (CO2) é expirado ele é contido na glote. A glote é uma estrutura após a língua, é uma cavidade no qual serve para reter o ar e impulsioná-lo para os pulmões ou para fora. Quando este ar pobre em oxigênio é mandado novamente para os pulmões ocorre as trocas gasosas que irão atuar no controle do pH. Não vou entrar em detalhe, pois é muito complexo este processo.
 
Resumindo:
– Os anfíbios são dependentes da respiração cutânea, porém a pulmonar é geralmente 70% da respiração do animal.
– A umidade na pele produzida pelas células secretoras de muco vão auxiliar na respiração cutânea e absorção de água por meio da difusão.
 
Estes são os pontos principais, em meu ponto de vista, a serem citados sobre a respiração dos anfíbios.
 
Répteis
Agora, vamos falar sobre a respiração dos crocodilos, serpentes, lagartos e os testudines (tartarugas, cágados e jabuti). Ah, não sabe a diferença de cágado, jabuti e tartaruga? Clique aqui para saber.
 
Pois bem, vou começar esta parte já falando sobre um diferencial dentro da respiração dos répteis, que são os testudines. Eles são um grupo que respiram diferente dos demais répteis.
 
TESTUDINES
Para respirarem, estes animais precisam movimentar as vísceras. Essa movimentação ocorre com auxílio de diversos músculos e está relacionada com os membros. Existem alguns músculos ligados aos membros (patas), na estrutura óssea. De acordo com a movimentação do animal, os músculos também se movimentam de uma forma rítmica e permite a movimentação das vísceras. Auxiliando ainda mais essa movimentação, existem outros músculos como o músculo transverso abdominal, oblíquo abdominal e serrátil. Todos esses músculos em movimento vão movimentar as vísceras para cima.
 
 
Os pulmões dos testudines estão localizados acima, rente ao casco. Vale lembrar que as costelas são fundidas ao casco e imóveis, provando a necessidade da movimentação das vísceras para respirarem. Então, quando ocorre a movimentação das vísceras para cima, o ar inspirado é expirado, pois o pulmão é pressionado, liberando o ar. Para inspirar novamente, de acordo com a descida das vísceras, o pulmão vai se enchendo novamente de ar. As vísceras ficam constantemente movimentando-se, garantindo a respiração destes animais. É importante lembrar que estes animais também respiram pela Cloaca! Isso mesmo, mas é uma porcentagem muito pequena, ocorre porque em uma área específica da cloaca existe um tegumento muito úmido e fino, permitindo a passagem do ar por difusão.
 
CROCODILIANOS E DEMAIS RÉPTEIS
Nos demais répteis a respiração é basicamente do mesmo modo, porém um pouco mais complexa. Ocorrem um conjunto de movimentações de musculos, costelas e visceras, propiciando que o ar entre e flua até os pulmões. Importante destacar que um dos pulmões das serpentes é afuncional.
 
 
O processo de respiração nestes animais ocorre da seguinte maneira:
– Movimentação do músculo intercostais. Estes músculos estão ligados ás costelas, movimentando-as, para que a cavidade interna do animal aumente e o pulmão infle de acordo com a entrada de ar.
 
– Movimentação do músculo abdominal, que também irá aumentar a cavidade interna.
 
– Movimentação do músculo diafragmático. Esses animais não possuem diafragma, mas possuem o musculo diafragmático que vai movimentar as vísceras para trás, propiciando uma maior abertura da cavidade interna.
 
O movimento das costelas, do abdome e das vísceras, aumentam o espaço interno dentro do animal, de tal forma que propicia que os pulmões se inflem livremente de acordo com a entrada de ar. Após ocorrerem os processos de trocas gasosas, o ar flui para fora de acordo com a movimentação dos músculos para suas posições normais. Estes movimentos se repetem constantemente.
 
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Guellity Marcel
Guellity Marcel
Biólogo, mestre em ecologia e conservação, blogger e comunicador científico, amante da vida selvagem com grande interesse pelo empreendedorismo e soluções de problemas socioambientais.
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